2016 foi um ano marcado por tragédias e perdas. A principal delas aconteceu às 00h55m da madrugada do dia 29 de novembro de 2016.
O ACIDENTE
O avião da empresa venezuelana LaMia caiu com 68 passageiros e nove tripulantes que tinham como destino Medellín. O time da Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, estava nesse avião. O jogo não aconteceu. A história ganhou um novo e doloroso capítulo a partir daquele momento.
O acidente teve 71 vítimas no total: 19 jogadores, 20 jornalistas, 14 integrantes da comissão técnica, nove dirigentes, dois convidados e sete tripulantes.
O silêncio tomou conta de Chapecó. Na rua, em meio às tarefas diárias, os habitantes da cidade com pouco mais de 200 mil habitantes tinham o luto e a tristeza estampados em seus rostos.
UNIÃO VERDE E BRANCA
De fato, o acidente causou comoção e união em todo o mundo. Diversos clubes fizeram um minuto de silêncio antes de suas partidas e estamparam o brasão da Chapecoense em seus uniformes. Monumentos também ganharam a cor verde do clube de Santa Catarina. As redes sociais se encheram de gestos e palavras de solidariedade. O mundo ficou verde e branco.
Atlético Nacional e o povo colombiano proporcionaram uma das cenas mais comoventes diante de toda a tragédia ao lotar o estádio e as ruas ao redor no momento em que seria realizada a partida.
Na final da Copa do Brasil, minuto de silêncio também tocou o coração dos brasileiros. Em Caçador o clube também recebeu homenagens após a tragédia.
CHEGADA A CHAPECÓ
Foram cinco dias de espera desde o acidente em Medellín até a chegada das vítimas a Chapecó. Os corpos dos mortos na tragédia em Medellín chegaram a Chapecó apenas no dia 3.
O velório, sob forte chuva, reuniu grandes personalidades do futebol. O presidente Michel Temer também participou do ato, mas preferiu não se pronunciar.
Dos quatro sobreviventes brasileiros, o caso que mais preocupava inicialmente era o do zagueiro Neto, último a ser resgatado com vida do acidente.
SOBREVIVENTES
Follmann
O primeiro a retornar ao país foi o goleiro Jackson Follmann. O goleiro chegou a São Paulo na madrugada do dia 13, onde passou por uma nova cirurgia, desta vez para corrigir uma lesão na segunda vértebra da coluna. O jogador se deslocou finalmente para Chapecó no dia 17, onde continua o tratamento no Hospital da Unimed.
Henzel e Ruschel
O jornalista Rafael Henzel e o lateral Alan Ruschel chegaram a Chapecó no dia 13, em um voo da força aérea brasileira com equipamentos de unidade de terapia intensiva. Os dois sobreviventes continuaram o atendimento em Chapecó, onde receberam alta hospitalar.
Neto
O zagueiro Neto foi o último a deixar a Colômbia. O atleta chegou ao Brasil no dia 15, continuou o tratamento em Chapecó e deixou o hospital no dia 22.
TÍTULOS
No mesmo dia da tragédia, o Atlético Nacional, adversário da Chapecoense na final da Copa Sul-Americana, emitiu um comunicado solicitando à Conmebol que o título fosse entregue ao time catarinense.
A Conmebol confirmou que o título seria mesmo da Chapecoense no dia 5, assegurando assim que o clube verde e branco estaria na Libertadores da América de 2017. A conquista fez com que o escudo do clube fosse mudado.
RECUPERAÇÃO
Enquanto tenta superar a dor da perda, a Chapecoense também começa o planejamento para a temporada de 2017. Vagner Mancini foi anunciado como o novo técnico da Chape. Com a participação na Libertadores definida, a Chape fará pelo menos 70 partidas no ano. Serão 38 jogos pelo Campeonato Brasileiro, 18 pelo Estadual, seis pela fase de grupos da Copa Libertadores, três pela fase de grupos da Primeira Liga, dois pelas oitavas da Copa do Brasil, dois pela Recopa Sul-Americana e um pela Copa Suruga, totalizando 7 competições diferentes.
INVESTIGAÇÃO
A poucos dias de completar um mês do acidente, as autoridades colombianas responsáveis pela investigação do acidente explicaram preliminarmente as causas da queda. De acordo com a Aeronáutica Civil, o avião da LaMia viajava com cerca de 500 kg a mais do que o normal. Além disso, o plano de vôo autorizado pela AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia) era irregular, pois deixou de levar em consideração que o tempo de viagem era igual à autonomia de voo.