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EXCLUSIVA: Por onde “anda” a estátua do Monge João Maria?

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A figura do Monge João Maria tem uma expressiva representatividade para a história de Caçador e de toda região do Contestado, sendo para muitos considerado um santo devido à importância que o religioso teve durante o conflito que ocorreu no início do século passado.

Para representar essa importância, ao longo dos anos foram feitas dezenas de homenagens, entre elas estátuas que figuram essa e outras personalidades importantes para Caçador.

Em 2012 o artista plástico Elói Todeschini foi contratado para confeccionar três estátuas em tamanho real: uma do desbravador Francisco Correa de Mello, que foi colocada ao lado da Prefeitura e duas do Monge João Maria, sendo uma em pé, a qual está no Parque Central e outra sentado, sendo que esta última deveria estar em uma praça no loteamento que leva o mesmo nome da figura histórica, porém ninguém sabe informar aonde ela foi parar. De acordo com o contrato, o valor pago pelas três obras foi de R$13 mil.

Local onde deveria haver uma praça e estátua deveria estar instalada.

Segundo a secretária de Cultura na época, Patrícia Beal Cordova Cruz, a estátua existe. “Quando as obras estavam finalizadas fomos até o atelier do artista e eu vi todas elas prontas. Duas delas foram colocadas nos locais e essa terceira seria instalada depois que fosse construída uma gruta no loteamento Monge João Maria”, relatou.

Ela disse ainda que acreditava que a imagem estivesse onde deveria. “Fiquei surpresa ao saber que a imagem não estava no local. Recordo que a estátua ficaria com o artista até que o local estivesse pronto, para depois ser transportada diretamente para o local onde deveria ser instalada”, comentou.

Para Patrícia, essa é uma obra que caiu no esquecimento. “Não recordo de ter assinado documento algum referente ao recebimento das obras e vi a estátua apenas uma vez. Torço agora para que ela seja localizada e colocada no local que deveria estar”, acrescentou.

Na gestão seguinte, iniciada em 2013, Patrícia novamente assumiu o cargo de secretária da Cultura. O anúncio foi feito ainda em dezembro de 2012. Segundo Patrícia, como a instalação dependia da obra de revitalização, ela não teve mais acesso à estátua, visto que a obra nunca saiu do papel.

Imar Rocha era prefeito na época e também diz não saber o que foi feito com a estátua. Segundo ele, as obras ficaram prontas no final do mandato, não sendo possível realizar a revitalização do local onde a obra deveria ficar. “Segundo o contrato, a obra deveria ser entregue no lugar onde seria colocada. Vi a obra pronta, mas com o término do mandato entregamos a Prefeitura e não tive mais conhecimento sobre o andamento desse projeto. Pelo que sei, não teve continuidade na revitalização do local e dessa forma, a estátua não foi colocada lá”, enalteceu.

Por outro lado Elói, o artista, informou que a estátua foi entregue. “Uma equipe da Prefeitura chegou ao atelier com um caminhão e carregou as três estátuas. Tenho testemunhas que esse material foi entregue”, afirmou.

Ele informou ainda que as obras ficaram prontas cerca de 30 dias depois do contrato, que data do dia 16 de maio de 2012. “Depois que levaram eu não sei, a responsabilidade não era mais minha”, destacou.

O que não fecha:

No contrato consta que ao final do prazo o objeto do contrato deveria ser entregue nos locais de instalação ou outros locais definidos pela Fundação. Porém, segundo o artista as estátuas foram levadas diretamente do atelier por funcionários da Prefeitura.

No dia 9 de maio de 2012 foi publicada a inexigibilidade da licitação nº 01/2012 para a contratação de artesão para confecção de três estátuas. Essa forma de contratação é feita quando só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades.  Ou seja, não havia outra pessoa que pudesse fazer as obras. Dessa forma, contratação não foi feita através de processo licitatório e o contrato foi assinado no dia 16 do mesmo mês.

Em reportagem publicada no dia 4 de abril, mais de um mês antes da publicação deste documento, consta a informação de que naquela semana o projeto havia sido discutido com o artista, que já havia feito outros monumentos para o município.

Uma reportagem veiculada no dia 11 de abril mostra o então prefeito e o artista em visita aos locais onde seriam colocadas as estátuas. A dispensa de licitação e a contratação foram feitas somente no mês seguinte.

Segundo matéria publicada na página da Prefeitura no dia 13 de setembro de 2012, a estátua de Francisco Correa de Mello foi instalada naquele dia. Ainda segundo a reportagem as outras duas estavam sendo preparadas pelo artista, porém ele informou que as três foram levadas no mesmo dia, ou seja, antes de 13 de setembro. Outra matéria, do dia 29 de agosto, informa que “a estátua confeccionada pelo artista plástico, Elói Todeschini, será instalada no Loteamento Monge João Maria”, o que dá a entender que a estátua estaria pronta.

Sendo as três entregues antes dessa data, havia tempo hábil para início das obras de revitalização no loteamento Monge João Maria, onde a estátua deveria ter sido colocada.

Nesta mesma matéria foi feito o anúncio da obra no loteamento. A ideia surgiu ainda em maio, quando as visitas aos locais foram realizadas, conforma matérias publicadas na época. Em ambas as datas o então prefeito e o artista, estiveram visitando o local.

De acordo com o contrato, as obras deveriam ser entregues até novembro daquele ano.  Em matéria publicada no dia 27 de dezembro de 2012 na imprensa local, são citadas a inauguração de duas estátuas: uma do fundador de Caçador, Francisco Corrêa de Melo, construída junto ao prédio da administração e a outra no Parque Central José Rossi Adami, onde seria entregue um monumento de Monge João Maria. A terceira estátua, que pelo contrato já deveria estar pronta também, nem ao menos é citada.

A então secretária diz não recordar de ter assinado o recebimento das obras, porém há documentos assinados por ela com as datas do pagamento e recebimento dos monumentos.

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O que diz a atual administração

Através da Assessoria de Comunicação, a atual administração municipal afirmou que irá averiguar a “falta” de uma das estátuas, visando dar transparência às informações.

“Além disso, a atual administração preza pela cultura e pela arte, fato comprovado pela retirada de um dos monumentos, que estava bastante deteriorado, de frente da Prefeitura para reforma, sem modificar a estrutura original”, destacou a nota encaminhada ao Notícia Hoje.

Ainda de acordo com as informações repassadas pela Assessoria de Comunicação ao Portal Notícia Hoje, quanto à polêmica levantada pelo autor das obras sobre os direitos autorais, a iniciativa da Prefeitura em reformar tal estátua, que atende inclusive uma indicação da Câmara Municipal, formulada pelo vereador Neri Vezaro, consiste no cumprimento do dever de zelar pelas obras de arte plástica, que representam, em última análise, a memória do povo, o presente e o passado do município, conforma ainda, cláusula primeira do objeto do contrato.

Estátua ficou pronta, mas não foi instalada

 

 

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