Os três homens que morreram nesta quarta-feira (15) no incêndio que atingiu a penitenciária de Florianópolis, na Agronômica, foram intoxicados pela fumaça. As chamas começaram em um colchão. As circunstâncias ainda são investigadas.
Uma vítima é natural de Santa Catarina, e os outros dois homens são de outros Estados. São eles: Danilo Barros (de Salvador, na Bahia), Robson da Silva (de Ponte Serrada, no Oeste catarinense) e Gerbeson de Souza (do Ceará), segundo a SAP (Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa).
Os homens dividiam a cela 22, na ala de adaptação, um dos sete setores da penitenciária. Eles foram retirados inconscientes da cela e, em seguida, tiveram óbito confirmado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na ala de adaptação ficam presos que aguardam vaga em outras alas – presos recentes ou que aguardam realocação, detalha Wiliam Shinzato, presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB/SC (Ordem dos Advogados do Brasil), que acompanha a situação.
As chamas ficaram restritas à cela onde estavam as três vítimas. Em toda a ala de adaptação há 46 presos vivendo. Todos foram retirados e levados para uma triagem, onde foi aferida a situação de saúde. A princípio, nenhum sofreu abalo grave.
Conforme Shinzato, a ala não sofria por superlotação e não haviam denúncias referentes à estrutura do setor, que fica localizado nos fundos da penitenciária de Florianópolis. Com os estragos provocados pelo incêndio, o setor foi interditado.
Incêndio começou no fim da manhã
Durante a tarde, preocupados com a situação, parentes dos detentos se aglomeraram em frente à unidade. “Como vou ficar calma? É o meu marido, o pai da minha filha e eu não sei se está vivo”, desabafou a esposa de um dos presos da penitenciária de Florianópolis.
Ela foi até a unidade após ser notificada do incêndio. A mulher, que preferiu não se identificar, recebeu uma ligação do setor de Assistência Social da penitenciaria, por volta das 11h30. Durante a conversa com ND+, ela não sabia se se o marido estava entre as vítimas.
Na área externa, aflitos pela falta de informação, familiares realizaram roda de oração e acionaram seus advogados particulares, a fim de tentar receber mais informações. A Pastoral Carcerária de Florianópolis, entidade da Igreja Católica, prestou apoio.
Outra mulher cujo marido está preso informou ao ND+ que foi notificada por uma uma amiga. A conhecida passou pelo local e avisou que tinham ambulâncias e uma movimentação estranha. “Estou me sentindo muito nervosa sem notícia nenhuma”, desabafou na ocasião.
A causa do incêndio é investigadas.
Com informações ND Mais