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Viposa e Vancouros se unem e criam empresa de R$ 3,1 bi

Jonathan Ribeiro

Jonathan Ribeiro

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Viposa

Após cinco anos de negociações e seis joint ventures, as indústrias brasileiras de couros Viposa e Vancouros decidiram unir as duas operações e criar a Viva S/A, empresa que nascerá com faturamento de R$ 3,1 bilhões. O pedido de fusão acaba de ser protocolado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que avalia os efeitos do negócio sobre a concorrência.

A Viva terá uma capacidade de processamento de sete milhões de unidades de couro ao ano, consolidando-se como uma das maiores indústrias do segmento no país. Atualmente, as duas empresas fornecem couros às indústrias automobilística, de mobiliário e moda.

A Viva terá uma capacidade de processamento de sete milhões de unidades de couro ao ano, consolidando-se como uma das maiores indústrias do segmento no país. Atualmente, as duas empresas fornecem couros às indústrias automobilística, de mobiliário e moda.

“Através da Viva S/A a gente inaugura uma nova fase transformando o couro, além de revestimento, em proteína. Era uma possibilidade que existia e que estava sendo usada por grandes players no mercado, mas nunca pela indústria de couro”, disse Vanzella, em referência à gelatina.

Segundo ele, a Viva será a primeira indústria exclusivamente de couro do mundo a aproveitar a pele animal para produção de gelatina, algo já feito por frigoríficos que atuam nesse mercado.

Hoje, a unidade tem produção de 8 mil toneladas de gelatina ao ano, e a previsão é de que triplique a operação até 2028. Também até esse ano, estão previstas a abertura de mais uma planta para processamento de couro e a internacionalização das operações com a instalação de filiais na América Latina e na América do Norte. A meta, segundo ele, é dobrar o faturamento nos primeiros quatro anos de operação.

Ganho financeiro

Além dos avanços na operação, a fusão entre Viposa e Vancouros permitirá uma mudança de patamar do ponto de vista financeiro, segundo Vanzella. “A gente muda de patamar e passa a ter uma capacidade maior de financiabilidade e de bancabilidade”, disse.

A fusão da Viposa e da Vancouros ocorre num momento difícil para o setor de couros e curtumes. Diante da expectativa de retomada do consumo, com o paulatino controle da pandemia de Covid-19, o preço médio do couro no Rio Grande do Sul chegou a passar dos R$ 4,47 o quilo em outubro de 2021, mas o contexto inflacionário global freou a retomada esperada fazendo com que os preços caíssem para R$ 1 o quilo em dezembro do ano passado, segundo levantamento da Scot Consultoria.

“Também houve a guerra da Ucrânia que colaborou com essa inflação e, quando aumenta a taxa de juros, o crédito fica mais caro para a população, fazendo com que ela diminua o consumo, e uma das primeiras coisas que o pessoal vai diminuir o consumo são os artigos de luxo”, disse o analista de mercado da Scot, Eduardo Abe, ressaltando que o cenário também favorece movimentos de fusões e aquisições no setor.

De acordo com números do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o Brasil contava com 214 unidades produtivas ativas no setor de couro em 2020 ante 240 em 2018.

“O mercado vem se concentrando ano a ano no mundo todo e a gente tem conseguido através desse crescimento vertical e horizontal baixar os custos de produção das nossas empresas com essa união e com esse aumento de volume que nós estamos fazendo de produção”, disse o diretor-executivo da Viposa, Eduardo Seleme.

Com informações Globo Rural 

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