Na quarta-feira (21) foram divulgadas imagens de uma câmera de segurança do Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand, em Charqueadas (RS). Elas mostram o momento em que o jovem agressor se abaixou em frente à sala de aula em que estava a turma 171, acendeu um coquetel molotov e jogou no ambiente. O artefato explodiu, provocando pânico geral.
Assustados, os alunos tentaram sair do local, quebrando as janelas. Outros correram em direção à porta. Foi quando o invasor puxou uma machadinha da cintura e passou a distribuir golpes, onde feriu três adolescentes.
O jovem portava uma mochila com garrafas e combustível suficiente para fabricar cinco coquetéis. Ele vestia calça jeans e moletom com um capuz cobrindo a cabeça e um pano no rosto.
O professor de educação física Juliano Mantovani escutou o barulho, entrou no corredor e ouviu os gritos. Na porta da sala, deparou com o adolescente segurando a machadinha numa mão e outro coquetel molotov na outra. Aos gritos de “para”, ele conseguiu desarmar o jovem, mas se desequilibrou. O jovem chegou a cair.
“Ele não parecia em fúria. Parecia assustado. Tanto que eu tirei a machadinha e ele não reagiu“, lembra o professor.
Quando o jovem se levantou, outro aluno chegou ao local e acertou um soco no adolescente. Mesmo golpeado, ele se desvencilhou e fugiu. O adolescente pulou um portão interno e saiu pela entrada principal do colégio.
Ataque planejado há três meses
O adolescente que confessou ter atacado alunos de uma escola de Charqueadas a golpes de machadinha planejava o ataque há pelo menos três meses, afirmou a Polícia Civil. Ele confirmou, em depoimento, detalhes sobre o planejamento do ataque, onde informou sobre a data em que comprou a gasolina usada para a fabricação de coquetéis molotov.
Aluno do Instituto até 2015, o autor confesso entrou pelo portão principal da escola no começo da tarde depois de ter deixado a irmã no colégio. Segundo o relato feito à polícia, ele foi até o local para matar um desafeto, ex-colega dele.
“Levando a irmã até a escola, ele aproveitou para monitorar esse desafeto. Mas ele o perdeu de vista e entrou em outra sala de aula, não tinha certeza de que o menino estava lá. Ele resolveu entrar e acendeu o coquetel molotov” relata o delegado Marcos Schalmes, que investiga o caso.
O adolescente tem 17 anos e está internado provisoriamente em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). A polícia e o Ministério Público ainda têm dúvidas se esse desafeto mencionado pelo adolescente realmente existe. No relato feito às autoridades, três horas depois de ter sido apreendido, ele disse que não sabia o nome do ex-colega, somente o apelido. Por isso, a investigação tenta coletar outras provas.