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UNIARP é parceira em trabalho experimental de Plantio Direto do alho

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A UNIARP é parceira em um trabalho experimental pioneiro para viabilizar o Sistema de Plantio Direto (SPD) de alho no Estado. O trabalho está sendo desenvolvido pela Epagri– Estação Experimental de Caçador, também em parceria com a UDESC. Como entidades fomentadores da pesquisa, destaca-se o CNPq e FAPESC. As pesquisas estão no segundo ano de condução, já com uma safra realizada.

O trabalho está sendo conduzido pelos professores Leandro Hahn e Neuro Hilton Wolschick, com auxílio dos acadêmicos do curso de Agronomia: Bruno Cavalett do Nascimento, Guilherme Coldebella, Lucas Matheus Torezan, Cícero Moreira, Miriam Canale. No momento, o alho está próximo de ser colhido.

No Estado, a produção está concentrada na região do Meio Oeste, nos municípios de Caçador, Curitibanos, Frei Rogério, Lebon Régis e Fraiburgo. Nesta região, todo o alho é cultivado num sistema deficiente em práticas conservacionistas do solo e com revolvimento intensivo do solo.

Na pesquisa estão sendo testadas plantas de cobertura do solo anteriores ao cultivo do alho e manejo na implantação do solo. As plantas de cobertura em teste são o milheto, aveia e a crotalária, que são contrastantes nas adições de nutrientes e efeito físico sobre o solo, e são comparadas ao cultivo do feijão.

Esta cultura é tradicionalmente cultivada entre safras de alho na região. Como manejo de solo está se comparando o plantio convencional, em que o plantio do alho é realizado após subsolagem lavração, gradagem e formação de canteiro com enxada rotativa e o plantio direto, tendo como única operação a formação de sulcos com máquina de plantio direto onde é plantado o alho.

Os resultados do primeiro ano mostram que o rendimento comercial de bulbos de alho não teve efeito do manejo de solo e das plantas de cobertura do solo e feijão. No primeiro ano o rendimento de alho comercial foi baixo (em média 7,25 t/ha) em função do alto índice de superbrotamento devido às condições climáticas adversas, o que também foi observado em muitas áreas de cultivo comercial no estado.

Na safra atual, o desenvolvimento do alho está satisfatório, com potencial de rendimento acima de 15 t/ha. Além do rendimento comercial de bulbos, estão sendo avaliados teores de nutrientes no solo e na planta e, principalmente, atributos físicos do solo, como a taxa de infiltração de água no solo, a resistência do solo à penetração, estabilidade de agregados e a macro, micro e porosidade total.

Além disso, os tratamentos estão sendo avaliados para incidência e severidade de doenças e incidência de plantas invasoras. Adicionalmente está sendo coletado o solo e água que está sendo perdido após as chuvas erosivas para quantificação de perdas de solo, água e nutrientes em cada parcela experimental.

O projeto visa demonstrar que o uso do SPD do alho por meio de plantas de cobertura e o mínimo revolvimento do solo favorece o aumento do rendimento de alho e melhoria da fertilidade do solo na sanidade das plantas. Isso possibilitando reduzir custos e aumentar a renda da atividade. Da mesma forma, espera-se encontrar maior estabilidade física no SPD em comparação ao SPC, indicando maiores teores de matéria orgânica e também maior teor de nutrientes, que indicam maior fertilidade do solo.

Recomendações de uso do solo mais adequados

A pesquisa de um sistema de cultivo mais conservacionista para a cultura do alho, proporcionará recomendações de uso do solo mais adequados em lavouras de alho, que poderá aumentar a produtividade, a rentabilidade, com a diminuição do impacto ambiental que o mau uso do solo e da água causa nos ecossistemas, beneficiando significativamente os produtores alho das regiões produtoras.

Neste sentido, os resultados que este projeto pretende alcançar, apresentam significativos ganhos técnicos e ambientais na cadeia produtiva.

Próximas etapas

Dia 30 de outubro será realizado um Dia de Campo para apresentar os resultados das duas primeiras safras. A partir de 2020, haverá a condução de lavouras com uso de SPD em produtores de Santa Catarina. Estas unidades de pesquisa em produtores, as quais são denominadas de Unidades de Referência pela Epagri, serão conduzidas em parceria com os extensionistas da Epagri e técnicos de empresas de assistência técnica.

Uma necessidade

Na cultura do alho na região, desconhece-se cultivos com adoção de práticas como o plantio direto, terraceamento e a cobertura do solo. Agrava esta situação, a fragilidade dos solos, associados ao relevo acidentado da região, altamente suscetíveis à erosão hídrica. Estes solos se encontram intensamente degradados e reduzidos em sua capacidade produtiva pelo histórico de uso, muitas vezes com perda parcial ou completa da camada superficial.

O manejo inadequado do solo além dos prejuízos diretos para o agricultor traz perdas para a sociedade como um todo pelos problemas ambientais causados pelo assoreamento dos mananciais que contribuem para aumentar as enchentes com graves consequências econômicas e sociais.

O Sistema de Plantio Direto

De acordo com a pesquisa, o Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma alternativa de manejo do solo que deve ser buscada por técnicos e pesquisadores; além de outras práticas conservacionistas do solo, tais como: cultivo mínimo, rotação de culturas, consórcio de espécies vegetais, adubação verde e plantas de cobertura. Estas práticas alteram positivamente as propriedades do solo, tal como o incremento dos teores de matéria orgânica do solo (MOS). A MOS afeta a disponibilidade de nutrientes, a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, a complexação de elementos tóxicos e micronutrientes, a agregação do solo, a infiltração e a retenção de água, a aeração e a atividade e biomassa microbiana do solo.

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