Um tremor de 3,6 pontos na escala Richter foi registrado às 9h28min46s desta sexta-feira, 13, na margem continental de Santa Catarina. O fenômeno, confirmado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), aconteceu a 100 quilômetros da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. Moradores das regiões Norte e Sul da Ilha e até de São João Batista, na Grande Florianópolis, sentiram os efeitos da propagação das ondas sísmicas pelo mar até a terra.
O técnico em sismologia do Centro de Sismologia da USP, José Roberto Barbosa, explica que o terremoto aconteceu na margem continental, ou seja, no oceano. O especialista garante que a magnitude é “importante” e está dentro da média de outros tremores registrados com frequência ao longo da costa brasileira. Se tivesse acontecido em terra, no entanto, os efeitos poderiam ter sido maiores, mas não a ponto de causar destruição.
— Isso é comum. Toda a terra tem pequenos tremores de terra devido à movimentação das placas tectônicas, que são de formação heterogênea e se movimentam muitas vezes por ano. Então vão se acumulando tensões nesses locais, em profundidades desconhecidas, como foi esse aí em Florianópolis.
Barbosa salienta que o tremor não poderia ter sido previsto. O técnico em sismologia também explica que novos terremotos podem acontecer na sequência, mas a variação de tempo vai desde minutos até anos.
— Pode acontecer uma réplica pequena desse mesmo evento, que não foi forte, mas diria que foi de intensidade pequena à moderada. Não seria suficiente para destruir, mas para ser percebido e causar incômodo — classifica.
Em nota, a Defesa Civil de Santa Catarina informa que está averiguando a situação. O órgão acrescenta que recebeu relatos de moradores que teriam sentido o fenômeno, inclusive fora de Florianópolis. Os municípios estão sendo monitorados.
No início deste mês, um terremoto na Bolívia também provocou efeitos em Santa Catarina, como em Itajaí, São José e Palhoça. Barbosa explica a dinâmica:
— Durante a propagação das ondas sísmicas, uma parte entra no continente. É um processo de ressonância, em que as ondas vibram com frequência maior em algumas condições, como em solos mais sedimentares e na estrutura de alguns prédios.
Outros tremores recentes no Brasil
O tremor em Santa Catarina, de 3,6 pontos na escala Richter, foi o de maior intensidade neste ano no Brasil. Antes, em 8 de dezembro do ano passado, um terremoto de 4,3 graus incidiu entre o Peru e o Brasil. Veja os cinco eventos mais recentes no país:
— 6/4 – Sonora/MS – 2,5 pontos na escala Richter
— 6/4 – Sonora/MS – 2,4 pontos na escala Richter
— 4/4 – Sorriso/MT – 2,8 pontos na escala Richter
— 19/3 – Novo Horizonte do Norte/MT – 2,3 pontos na escala Richter
— 18/3 – Taipu/RN – 1,9 pontos na escala Richter
Com informações Diário Catarinense