Um servidor cedido pela prefeitura de Capinzal, no Oeste catarinense, ao Instituto Geral de Perícias (IGP) é suspeito de desviar verba paga por moradores para a emissão de documentos de identidade. Conforme a Polícia Civil, a estimativa é que pelo menos 70 pessoas tenham sido enganadas e não receberam o documento. O funcionário foi afastado do cargo. Ele não foi localizá-lo pela reportagem para falar sobre o caso.
A emissão do documento em Capinzal está suspensa e só será retomada quando a prefeitura ceder outro servidor para a função. Os interessados devem buscar o serviço na cidade de Ouro ou Joaçaba, ambas no Oeste.
A irregularidade foi descoberta depois que um morador procurou a polícia e disse que esperava há vários meses pelo documento. Durante a investigação foi descoberto que as solicitações sequer eram enviadas para a emissão do RG.
“Chegaram até nós algumas denúncias. O servidor que estaria atuando, cedido pela prefeitura, recebia algum valor em dinheiro na troca do serviço de identidade”, disse o diretor do IGP, João Breneche.
Até esta sexta-feira (18), 25 morades de Capinzal já procuraram o IGP reclamando a demora para receber a carteira de identidade.
Servidor público afastado
O servidor foi afastado da função e está respondendo a um processo adminstrativo na prefeitura. Criminalmente, ele é investigado por concussão, quando um servidor público obtém vantagem indevida em função do cargo que exerce. A pena varia de 2 a 8 anos de prisão, além do pagamento de multa.
O IGP garantiu que as pessoas lesadas vão ter o documento e serão ressarcidas pelo que pagaram indevidamente.