Até mesmo a merenda escolar de estudantes da rede estadual do Paraná recebeu carne adulterada investigada na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta (17) pela Polícia Federal.
Os estudantes comeram salsicha de peru, na prática, sem carne, com substituição por proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango. Foi com esse contrato, cujas suspeitas foram encaminhadas por um servidor do Ministério da Agricultura à PF, que começou a investigação.
Ao longo de dois anos de apuração, a PF identificou carnes adulteradas, com prazo de validade vencido e maquiadas com produtos proibidos por lei, em gôndolas de supermercados.
Entre os frigoríficos investigados, estão algumas das maiores empresas do setor, como BRF e JBS, além de outras pequenas indústrias que são suas fornecedoras. A liberação da carne adulterada foi feita por fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina dos frigoríficos para afrouxar a fiscalização. Produtos vencidos e estragados eram tratados com ácido ascórbico, um produto potencialmente cancerígeno, e tinham os rótulos trocados.
“Inúmeras crianças de escolas públicas estaduais do Paraná estão se alimentando de merendas compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes até cancerígenos para atender o interesse econômico desta poderosa organização criminosa”, escreveu o delegado Maurício Moscardi Grillo.