Há um ano atrás o cenário era diferente: com apenas 121 mortes, o Governo de Santa Catarina começava a pensar em possíveis flexibilizações nas medidas de combate da Covid-19, como a liberação do transporte público.
Foi nessa época que o Estado decidiu que a gestão da pandemia seria de forma regionalizada, diferente do que estava sendo feito no início.
Mas, em um ano, o que antes parecia um número ‘pequeno’ se transformou em milhares de vítimas. Nesta quarta-feira (26), Santa Catarina atinge mais uma triste estatística entre as dezenas que envolvem a pandemia: 15 mil vidas perdidas para a Covid-19.
Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, nesta quarta, foram confirmadas mais 60 mortes, chegando ao total de 15.006. Destas, 9.753 ocorreram só neste ano. Ou seja, só nos primeiros cinco meses do ano, Santa Catarina registrou quase dez mil mortes.
A expansão da doença pelo interior
Uma das coisas que é possível perceber ao comparar os números é a expansão da doença em Santa Catarina em apenas um ano. No dia 26 de maio de 2020, por exemplo, apenas 51 municípios haviam registrado alguma morte por Covid-19, sendo Joinville, com o maior número.
Um ano depois, o cenário é completamente diferente. Das 295 cidades catarinenses, apenas três ainda não registraram mortes: Flor do Sertão, Novo Horizonte e Tigrinhos, todas no Oeste catarinense. Os dados são do dia 25 de maio.
Joinville continua sendo a cidade com o maior número de mortes – 1.437 vítimas. Em seguida, vem as cidades de Florianópolis (981) e Itajaí (612).
Idosos e doença cardiovascular: o perfil das vítimas catarinenses
Mesmo com o avanço da vacinação em todo o Estado, os idosos continuam sendo as principais vítimas da Covid-19. Segundo os dados estaduais, no dia 25 de maio, 75% das vítimas eram pessoas com mais de 60 anos.
Outro dado também traz uma triste realidade: das 28 crianças, com menos de 12 anos, que morreram no Estado devido ao coronavírus, 19 tinham menos de dois anos de idade. A última vítima, natural de Itajaí e com comorbidades, morreu no dia 20 de maio.
As comorbidades são consideradas as principais ‘vilãs’ quando o assunto é a Covid-19. Justamente por isso, pessoas que tem alguma doença crônica, como hipertensão, estão entre as prioridades para receber a vacina em Santa Catarina – segundo a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), 205.206 doses já foram aplicadas no grupo prioritário de acordo com o boletim divulgado na segunda-feira (24).
Entre as vítimas catarinenses, mais de 11 mil tinha algum tipo de comorbidade, sendo a principal a doença cardiovascular crônica – 6.898 pessoas, o que representa 46,15% do total. Em seguida vem o diabetes (4.585) e a obesidade (2.113).
O restante das vítimas – 4.396 – não apresentava nenhum tipo de comorbidade, segundo o governo estadual.
Com informações ND Mais