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SBT troca chef de reality e diz que não dava para domar Bertolazzi

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Depois de exibir três temporadas, o SBT resolveu mexer no tom do “Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão”. Sem abrir mão do formato, o canal trocou o enérgico Carlos Bertolazzi pela chef Danielle Dahoui na apresentação do programa, que é inspirado na versão britânica com Gordon Ramsay.

“Vimos a necessidade do ‘Hell’s Kitchen’ de não ser tão forte como ele é. Achamos que destoava muito dos restos dos realities [‘BBQ Brasil’ e ‘Bake Off Brasil’, ambos apresentados por Ticiana Villas Boas]. Vamos tentar domar o Bertolazzi? Ele não é ator. Para ser mais condizente com essa linha, sem perder o formato, o SBT decidiu colocar uma mulher. A mãe pode ser carinhosa, mas ao mesmo tempo pode ser chata. Mãe ensina e dá dura. Temos esses dois lados”, afirmou o diretor artístico Fernando Pelegio, que explicou que a escolha dela foi bem prática, através de uma pesquisa na internet.

“Foi pelo Google. A gente colocou os melhores chefs do Brasil e escolhemos a Danielle. Foi simples assim”.

A quarta temporada, que estreia em 3 de setembro, será a primeira edição do “Hell’s Kitchen” do mundo com uma mulher na função de apresentadora. Chef do Bistrô Ruella, Danielle já gravou quatro episódios e diz que se sente super à vontade na cozinha estúdio.

“Eu me sinto dona do restaurante. Fico dando ordens, inclusive no diretor, e ele me fala que quem manda é ele”, diverte-se ela, que faz sua estreia na TV.

“Nunca me imaginei na televisão. Sempre achei um saco esses chefs que se acham. Sempre achei um mundinho meio chato. Eu não pensei na fama, mas na oportunidade de mostrar uma mulher a frente desse programa, de fazer algo mais tutorial, de passar conhecimento e transmitir isso para outras pessoas. Isso me dá tesão”.

A situação fica mesmo difícil quando ela precisa, ao fim do programa, eliminar um participante. “Julgar uma pessoa porque ela errou e mandar ela embora por causa de um erro me dói um pouco. É uma prepotência que não cabe em mim, mas faz parte do jogo. Eles sabem disso, não estou pegando ninguém desprevenido, mas estou sofrendo. Vou precisar de uma terapeuta depois (risos). Dói muito mandar alguém embora”, diz ela, que em seus negócios afirma ter a ajuda de sua sócia para o trabalho difícil de demitir um de seus funcionários.

Em sua primeira experiência no vídeo, ela quer tornar o programa, que já é conhecido, em um meio, também, de aprendizado. E garante: Se precisar será mais dura, não pretende aliviar a vida dos cozinheiros. Não à toa, um dos participantes diz em um dos momentos que vão ao ar na nova temporada: “pior que o diabo, só a mulher dele”.

“Eu não só crítico e aponto os erros, eu mostro como fazer direito. Se a pessoa não faz, é porque realmente está querendo me ver fora da casinha. E às vezes consegue, né?”, diz.

Vitória contra a cultura do machismo

Danielle Dahoui diz que ser convidada para ocupar o lugar que em programas do mundo todo é confiado a homens representa uma vitória.

“Estou adorando ser a primeira mulher, como adorei ser uma das primeiras chefs a abrir um restaurante vinte anos atrás. Isso sempre me motivou. Quando os caras esquentavam a panela para eu pegar no cabo e me queimar ou quando colocavam muita pimenta na minha comida… Essas coisas só me fortaleciam”, conta.

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