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Santa Catarina teve menos assassinatos em 2018

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A escalada da violência em Santa Catarina, marcada pelo agravamento dos homicídios nos últimos anos, teve uma quebra em 2018. O índice de assassinatos caiu 22% no Estado, com destaque para a redução das ocorrências em Joinville (-36%) e em Florianópolis (-35%), consideradas as cidades de situação mais crítica em relação à criminalidade (veja números abaixo).

Em Blumenau, a redução de mortes foi de 27,5%. A virada nas estatísticas coincide com reformulações ocorridas na cúpula da Secretaria da Segurança Pública e nos comandos das polícias Militar e Civil em fevereiro do ano passado.

Com números favoráveis após dez meses de trabalho, membros do primeiro escalão, como o comandante-geral da PM, coronel Araújo Gomes, foram mantidos pelo novo governo. Recém-nomeado presidente do Conselho Superior de Segurança em SC, o comandante Araújo Gomes avalia que uma das metas na continuidade do trabalho é otimizar a eficiência das ações para garantir mais investimentos em aparato e tecnologia.

A sequência das ações, diz o coronel, também pede uma atuação mais presente do poder público, não resumida à força policial.

— Qual o desafio agora? O primeiro é manter as estratégias que foram bem-sucedidas, fortalecer e aumentar a abrangência delas. Isto deslocando o eixo das ações de choque de ordem para ações de força pública, ou seja, passando de ações predominantemente repreensivas para aquelas em que predominam iniciativas socioculturais — aponta.

Ações de choque de ordem, caracterizadas por operações de grande porte e forte presença policial, foram um dos eixos do trabalho iniciado no ano passado. A estratégia, destaca Araújo Gomes, também passou pela integração entre as polícias e órgãos de controle, como o Ministério Público e o Judiciário. Programas preventivos, como o Proerd e a Rede de Segurança Escolar, estão entre as ações públicas desenvolvidas e que o comando aponta como essenciais para a sequência dos trabalhos.

ueda na primeira semana de 2019

A primeira semana deste ano também tem números positivos para a segurança pública. Dados divulgados na segunda-feira (7) apontam 15 assassinatos ocorridos entre o dia 1º e o último dia 7 no Estado, contra 26 ocorrências no mesmo período do ano passado. A queda provisória é de 42,31%.

Conforme o comando da PM, a divulgação das estatísticas será feita semanalmente neste ano, após a avaliação em reuniões também semanais dos integrantes do Conselho Superior de Segurança Pública: Polícia Militar, Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias e Bombeiros Militares. Até o ano passado, os indicadores só eram atualizados publicamente a cada três meses, por determinação legal.

O conselho representa uma reestruturação da segurança no novo governo. Até então, as decisões eram centralizadas na pessoa do secretário de Segurança. Com a mudança as quatro instituições passam a integrar o Conselho Superior e as decisões são discutidas de forma colegiada.

No primeiro ano, o comandante-geral da PM preside o conselho em uma posição equivalente à de secretário. Nos anos seguintes, o posto será ocupado em sequência pelo delegado-geral da Polícia Civil, pelo comandante dos bombeiros e pelo diretor do IGP.

HOMICÍDIOS

FLORIANÓPOLIS (-35%)

2017 151

2018 98

JOINVILLE (-36%)

2017 128

2018 82

BLUMENAU (-27,5%)

2017 40

2018 29

SANTA CATARINA (-22%)

2017 990

2018 771

Especialista destaca integração entre polícias

A integração entre as polícias Civil e Militar e o planejamento de curto prazo tiveram peso para o resultado positivo das ações policiais no ano passado, avalia o professor do curso de direito da Univali e mestre em ciência jurídica, Juliano Keller do Valle.

Para o especialista, a figura do então secretário Alceu de Oliveira Júnior, que é advogado e não integrava as forças policiais, foi decisiva para estabelecer o diálogo entre as corporações — Alceu deixou o posto recentemente e assumiu a pasta de Segurança na Prefeitura de Florianópolis.

O professor também considera que as estratégias estabelecidas para os dez meses de trabalho, com ações direcionadas aos chamados crimes contra a vida, se mostraram acertadas. Ele vê com otimismo a permanência de parte da cúpula de segurança e a proposta de rodízio entre os líderes do Conselho Superior.

— Sempre critiquei a falta de sequência nos governo. Mudava a cúpula, a filosofia, era um retrocesso. Entende-se que haverá continuidade, o coronel Araújo Gomes pode dar sequência à mesma filosofia sem precisar voltar atrás no planejamento que foi dado — destaca.

A implementação de ações e programas sociais nas comunidades vulneráveis é outro ponto visto como necessário pelo professor da Univali. Como habitualmente as lideranças das facções criminosas não são pessoas com raízes nas comunidades, o entendimento é de que a presença efetiva do Estado em áreas conflagradas pode restabelecer a rotina dos lugares.

— Se as polícias conseguirem quebrar essa hegemonia das facções, vão conseguir restabelecer as verdadeiras lideranças entre os moradores locais — diz Juliano.

Com informações Diário Catarinense 

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