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Safra da maça será uma das melhores da história de Santa Catarina

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O otimismo está em alta nos pomares de maçã de Santa Catarina. Afinal, neste ano, estão especialmente bonitos e apetitosos. A expectativa é de uma das melhores safras da história, consolidando o Estado como o principal produtor da melhor fruta do mundo.

Essa conquista é resultado de clima favorável, manejo correto, tecnologia, pesquisa, extensão e incentivos governamentais. Já os efeitos positivos dessa combinação beneficiam diretamente os mais de três mil produtores catarinenses, concentrados em aproximadamente dez municípios da Serra e Meio-Oeste e responsáveis por um Valor Bruto de Produção Agropecuária superior a R$ 550 milhões por ano.

Em relação à quantidade, a safra recém-iniciada deve ser praticamente igual à anterior, quando foram colhidas 552 mil toneladas – o equivalente à metade da produção nacional – em 16 mil hectares. O grande destaque está na qualidade, uma das mais altas da história.

Uma das maiores autoridades em maçã no Brasil, o engenheiro agrônomo Názaro Vieira Lima, gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri) em São Joaquim, coloca a atual safra como uma das mais proveitosas desde o início das atividades em grande escala na região, há mais de 40 anos.

“Para não dizer que é a melhor, posso afirmar com segurança que está entre as dez melhores safras da história. Está dando tudo certo até agora, e vamos colher uma fruta muito boa em todos os sentidos”.

Como responsáveis por esse sucesso que considera formato, textura, cor e sabor da fruta, Názaro aponta aspectos como a tecnologia de manejo das plantas; um inverno com 1,4 mil horas de frio (soma das horas com temperatura abaixo de 7,2ºC), o dobro das 700 horas necessárias para a brotação e a florada; primavera com boa distribuição de chuva; insolação na medida ideal; boa amplitude térmica, que é a diferença entre o calor do dia e o frio da noite; pouca chuva de granizo e ausência de geada tardia, aquela que acontece entre a primavera e o verão e que pode queimar a planta numa fase crucial.

 

Sucesso dos pomares reflete na economia da região

 

A safra histórica que se avizinha é muito aguardada por todos os segmentos envolvidos de alguma maneira com a maçã. Entre os produtores, principais beneficiados, a expectativa é a melhor possível. E com tudo conspirando a favor, o cultivo da maçã passa do iminente risco de extinção há alguns anos à recuperação, consolidação e perenização.

É o que acontece com Claiton Andrade, de 35 anos, morador da localidade de Cedro, a 12 quilômetros do Centro de Urupema. Filho de produtores de maçã, ele iniciou a sua própria produção logo após se formar no Colégio Agrícola de Rio do Sul, em 2001.

Casado com a professora Deise Andrade, 29, e pai da pequena Bruna, de quatro anos, que o ajudam no pomar, Claiton espera colher 420 toneladas em dez hectares. Ao longo do ano, ele tem quatro funcionários, mas durante a safra, o número sobe para dez. Claiton sabe que a sua produção ajuda a incrementar a economia da região, e nem cogita trocar de ramo.

“No começo foi muito difícil, mas hoje a situação está bem melhor. A maçã é responsável por 100% da minha renda, e com ela consigo garantir uma boa vida para a minha família e gerar empregos, o que ajuda na economia da minha cidade”.

Dados da Epagri apontam que a cultura da maçã é responsável por 70% da economia dos municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, São Joaquim, Urubici e Urupema, que compõem a região de altitude da Serra Catarinense e somam 11,4 mil hectares, 368 mil toneladas e 2,2 mil fruticultores.

“A nossa expectativa é a melhor possível, pois além dos moradores, os trabalhadores temporários também consomem, seja nas lojas, nos restaurantes e no comércio em geral. Durante a safra da maçã, registramos acréscimo de 15% nas vendas em relação a outras épocas do ano consideradas normais”, diz o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Joaquim, Edson Corrêa.

 

 

Incentivos do Governo do Estado são fundamentais

 

O sucesso da maçã catarinense não passa apenas por um clima favorável e pela dedicação dos produtores, mas especialmente pelo apoio do poder público.

Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, o Governo de Santa Catarina incentiva os produtores a aderirem ao seguro agrícola para proteger os pomares de intempéries, principalmente o granizo, subsidiando parte do valor total do prêmio do seguro.

O Estado também auxilia os produtores na aquisição de telas antigranizo por meio do programa Juro Zero. Neste ano, o Governo deve lançar outro programa para incentivar a cobertura de pomares, com investimentos que chegarão a R$ 50 milhões.

Outras medidas de apoio do Governo do Estado são o programa de irrigação, que incentiva os produtores a adquirirem máquinas e abrirem açudes; o financiamento do crédito agrícola; a disponibilização de unidades de referência tecnológica para treinamentos, pesquisa e extensão; assistência e capacitação por meio de seminários, dias de campo e reuniões técnicas; e a revitalização de importantes rodovias estaduais que cortam a Serra e o Meio-Oeste, com destaque para a SC-114, em obras no trecho de 130 quilômetros entre Bom Jardim da Serra e Lages e que é uma das principais rotas de escoamento da produção de maçã no país.

“As técnicas de cultivo e combate a pragas e doenças são aprimoradas constantemente, e associadas às condições favoráveis do clima e aos incentivos governamentais, deixam a nossa maçã muito boa. De 1996 a 2001 recebemos uma equipe de peritos do Japão para fazer pesquisas em São Joaquim, e eles próprios, que foram os introdutores da maçã fuji, responsável por 60% da nossa produção, disseram que a nossa é a melhor do mundo”, conclui o gerente regional da Epagri em São Joaquim, Názaro Vieira Lima.

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