Os dois médicos brasileiros que estão em Medellín com os sobreviventes do voo da Lamia concederam nova entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira para atualizar o estado de saúde dos quatro pacientes brasileiros, todos internados no Hospital San Vicente, em Rionegro, referência na Colômbia.
Ao lado do diretor do hospital colombiano, Ferney Rodríguez, o médico intensivista Edson Stakonski e o ortopedista Marcos André Sonagli, que representam a Chape na Colômbia, explicaram o estado de saúde dos jogadores Alan Ruschel, Neto, Jackson Follmann e do jornalista Rafael Henzel.
– Neto é quem mais preocupa. Está sedado, entubado, continua em situação muito crítica, com respiração mecânica e algumas questões pendentes, em cuidado intensivo, com relaxamento muscular, vamos ver como evolui nas próximas 12 a 24 horas – disse Stakonski.
Os três médicos ressaltaram que a evolução de Neto é mais lenta, mas não houve regressão em seu estado clínico.
– Todos eles correm risco de ter infecção, pneumonia. Um dos maiores receios em UTI é infecção. Por isso precisamos ter cautela – disse Stakonski.
– Só de três deles terem a possibilidade de saírem do leito, já é um grande sinal. Três estão quase se sentando, é uma grande evolução – emendou o médico, sobre Ruschel, Follmann e Henzel.
– Tirá-los da cama é uma evolução bastante importante. Ajuda na fisioterapia e recuperação – disse Sonagli.
Segundo os médicos, Ruschel, Follmann e Henzel estão conscientes e animados, conversando muito com as famílias.
– Follmann está bem, estável, evolui bem. Vai fazer revisão das feridas operatórias ainda hoje – disse Rodríguez.
– Hoje ou amanhã vamos fazer uma limpeza das feridas do Jackson. Não há previsão de aumentar a amputação. Pra cicatrizar melhor e ter um bom prognóstico futuro – completou Sonagli.
– Alan Ruschel está estável, esperamos que ele se mexa um pouco mais, a cirurgia na coluna evolui de forma boa – disse Rodríguez.
Sobre o jornalista Rafael Henzel, os médicos relataram que ele está consciente e, por enquanto, não será feita uma cirurgia nas fraturas da costela.
Stakonski contou que conversou com os dois membros bolivianos da tripulação que sobreviveram ao acidente. Ambos reforçaram que não houve qualquer comunicação de emergência do piloto para os passageiros, apenas a recomendação de praxe para que colocassem o cinto de segurança, preparando-se para o pouso.
Os médicos voltaram a dizer que qualquer teoria sobre o motivo de eles terem sobrevivido é mera especulação e que não se sabe ainda a posição de cada um no avião.