O nível do rio Canoinhas chegou a 5,08 metros. Aos 6,50 entra em estado de alerta e ao atingir sete metros atinge a marca de emergência. O temporal que atingiu o município na madrugada desta quinta-feira, 30, trouxe danos materiais deixando vários imóveis destelhados, especialmente na localidade de Lajeado.
De acordo com relatório da Defesa Civil Municipal divulgado na noite desta quinta-feira, com as fortes chuvas ocorreram enxurradas com algumas residências sendo afetadas por inundações. Famílias precisaram ser retiradas de casa com apoio do Corpo de Bombeiros.
A enxurrada ocasionou queda parcial de muro de quatro residências – duas delas foram interditadas por engenheiro da Secretaria de Planejamento do Município de Canoinhas. A Defesa Civil Municipal disponibilizou cerca de 900 m² de lonas até a noite desta quinta para famílias afetadas pelo granizo no Lajeado. “Durante todo o dia as equipes da Defesa Civil, Secretaria de Obras e Detracan estavam engajadas na missão de resposta a população”, informa o coordenador da Defesa Civil Municipal, Dario Gonçalves.
Na manhã desta sexta-feira, 31, pontos de alagamentos foram registrados até o momento nas estradas das localidades de Fartura, Lageado, Rio do Pinho, Parado e Anta Gorda. O acesso à localidade do Matão está interrompido pela Estrada Geral do Parado. A previsão do Ciram é para a permanência da chuva para o Planalto Norte acumulando totais em torno de 40 mm a 70 mm em 48 horas.
REGIÃO
Na região, a cidade mais afetada é Bela Vista do Toldo, onde até o acesso à cidade está complicado por causa de alagamento na rodovia que liga o Município à BR-280. Situação mais preocupante está no interior, onde há casas alagadas e transbordamento de rios. Aulas no interior estão suspensas. Às 10 horas o prefeito Adelmo Alberti (PSDB) se reúne com a Defesa Civil para decretar estado de emergência.
Em Três Barras, a Defesa Civil está monitorando o rio Canoinhas, de olho nas comunidades ribeirinhas e do bairro Argentina.
Em Major Vieira, alagamentos no interior levaram ao cancelamento das aulas nesta sexta-feira, 31.
Em Mafra, as aulas também foram canceladas no interior.
VALE DO IGUAÇU
Em União da Vitória foram registrados pontos de alagamento na Avenida Manoel Ribas, Professora Amazilia, Dr. Cruz Machado e Benjamin Cosntant. A rotatória da Ponte Machado da Costa também ficou alagada, causando lentidão no local. O Parque Ambiental Ari Queiroz ficou parcialmente submerso por causa da enxurrada.
Um dos bairros mais atingidos foi o Ponte Nova. A rua Castro Alves, próximo ao Parque, ficou alagada durante boa parte da manhã. Outros pontos nos bairros São Bernardo e Cidade Jardim, no distrito de São Cristóvão, também registraram alagamentos. Pelo menos cinco árvores caíram no acesso à Colônia Pinhalão, no interior do município.
Ao menos um Centro de Educação Infantil (Cemei) foi atingido pela força das chuvas. No Cemei Odete Conti, localizado no bairro São Bernardo, a enxurrada causou destelhamento. Nesta quinta-feira, 30, o atendimento aos alunos foi parcial, apenas para os casos dos pais que não tinham onde deixar os filhos. Algumas crianças, não tiveram aula.
Segundo o secretário da Educação de União da Vitória, Ricardo Brugnago, a equipe da prefeitura se mobilizou para agilizar o conserto do telhado do Cemei, que será feito pelo programa Reforma Rápida. “Pelo programa não é preciso fazer licitação, e dentro de 15 a 20 dias as reformas devem estar iniciando”.
Ao longo do dia as chuvas continuaram constantes, provocando preocupação nos setores de defesa civil. Em União da Vitória a prefeitura divulgou o número de contato e está em alerta: 3524-2069 e 99922-8668.
Em Porto União, ruas como a Matos Costa, entre a Frei Rogério e a José Boiteux, no centro de Porto União, sofreram com alagamentos, atingindo prédios de moradia e de comércio. Quem passava pelo local de madrugada, se assustou.
Na avenida João Pessoa, em frente ao Clube Concórdia a água também causou transtornos. Duas casas próximas a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) foram atingidas, segundo o Corpo de Bombeiros de Porto União.
No local das ocorrências os bombeiros se depararam com o alagamento seguido de desmoronamento. As fortes chuvas causaram a queda de um muro de uma casa. A força da água derrubou a garagem, levando um VW Fusca em direção à casa. O carro colidiu e derrubou um pilar do imóvel. Foi necessário um escoramento para não cair a cobertura da casa. A água avançou quase meio metro para dentro da casa, danificando eletrodomésticos, utensílios e móveis. A Defesa Civil Municipal de Porto União também atendeu a ocorrência.
No Jardim Oliveira o alagamento atingiu terrenos e chegou ao limite das casas. O local alagou rapidamente e famílias estão preocupadas. A prefeitura também divulgou o número de contato da Defesa Civil: 3523-700.
O alagamento atingiu a Avenida dos Ferroviários, a Perimetral, na Rotatória da Reunidas e em frente à Loja Havan. Funcionários da Secretaria de Obras de Porto União trabalharam na desobstrução de boeiros e bocas-de-lobo, durante a madrugada. Pela manhã o alagamento já tinha sido superado.
Estradas oferecendo perigo
Árvores caíram na Autovia Wenceslau Vaz, em União da Vitória. Uma delas, na saída de um sítio, levou junto cabos de alta e baixa tensão. O trânsito para caminhões ficou interditado nas imediações até por volta de 10h da manhã desta quinta-feira.
As estradas municipais estão sendo monitoradas pela Secretaria de Obras de cada município da região.
As de acesso aos municípios de Bituruna, Cruz Machado, Porto Vitória, Paula Freitas, Paulo Frontin e Mallet, no centro Sul do Paraná, não registraram problemas de deslizamentos ou quedas de barreiras.
A rodovia catarinense SC 135, entre Porto União e Caçador, apresentou condições razoáveis de trafegabilidade. Já na 340, entre a BR 280 e o distrito de Santa Cruz do Timbó, o problema são os imensos buracos.
Na BR 153, na Serra do Leão, na localidade conhecida como “Santinha”, foram registrados deslizamentos e movimentação de barranco. Uma empresa contratada para a manutenção do trecho entre União da Vitória e o Trevo do Horizonte, passou a manhã limpando o local e desobstruindo as canaletas de escoamento pluvial.
Galhos de árvore também foram recolhidos pelo pessoal da manutenção e equipes da Policia Rodoviária Federal (PRF) seguem acompanhando as condições das rodovias.
Na BR-280, próximo a entrada da localidade de São Pascoal, em Irineópolis, a água está cobrindo a pista numa altura de 50 centímetros. A Polícia Rodoviária Federal avalia interditar a rodovia para pequenos veículos.
PREVISÃO DO TEMPO
A previsão é de que a sexta-feira, 31, seja de chuva o dia todo em Canoinhas e região. A chuva segue no sábado, dia 1º. O tempo deve melhorar no domingo, 2, que começa com chuva, mas melhora no decorrer do dia.
RECOMENDAÇÕES DA DEFESA CIVIL
Tempestades: Proteja-se em local abrigado, longe de placas, de árvores, de postes de energia e de objetos que podem ser arremessados. Se não encontrar um abrigo, agache-se com os pés juntos, com a cabeça encostada em seu peito ou entre os joelhos e as mãos cobrindo suas orelhas ou apoiadas em seus joelhos. Se estiver na praia, jamais fique na água. Se estiver em casa ou qualquer outro local abrigado, desligue os aparelhos eletrônicos, não use o telefone, fique longe das janelas e lembre-se, o banheiro em alvenaria é o melhor local durante uma tempestade!
Enxurradas: Não fique próximo às margens de rios e ribeirões, principalmente em regiões de relevo acentuado, montanhoso e pequenos vales, pois muitas vezes há temporais intensos sobre os topos e cabeceiras, gerando repentinamente grande quantidade de água num curto espaço de tempo. Este tipo de evento adverso apresenta grande poder destrutivo, podendo arrastar veículos, pessoas, animais e mobílias por vários quilômetros. A força das águas pode ainda provocar o rolamento de blocos de pedras, arrancar árvores, destruir edificações e causar deslizamentos de terra nas margens.
Alagamentos/inundações: evitar o contato com as águas e não dirigir em lugares alagados. Evitar transitar em pontilhões e pontes submersas e cuidado com crianças próximas de rios e ribeirões.
Deslizamentos de terra: deve ser observada qualquer movimento de terra ou rochas próximas a suas residências, inclinação de postes e árvores e rachaduras em muros ou paredes. Neste caso, é recomendável que a família saia de casa e acione a Defesa Civil Municipal pelo 199.