Reunidas paga dívidas e se prepara para sair da recuperação judicial

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A Reunidas, tradicional empresa catarinense de transporte rodoviário de passageiros e cargas com sede em Caçador, vai pedir à Justiça o fim da recuperação judicial, que teve início há quase sete anos. A informação é do presidente Lycurgo Coelho de Souza, em entrevista exclusiva concedida ao NSC nesta terça-feira, 14. O pleito deve ser apresentado nas próximas semanas, após o Carnaval. A expectativa do executivo é de que o processo seja concluído ainda ao longo de 2023.

O encerramento da recuperação judicial, caso haja aval do Judiciário, selaria uma etapa de reestruturação do negócio. Em maio de 2016, três das cinco empresas que formam o Grupo Reunidas recorreram ao expediente para negociar dívidas que beiravam, na época, R$ 80 milhões. Em dezembro daquele ano, o plano de recuperação foi aprovado por credores e homologado.

Desde então, imóveis da Reunidas foram leiloados e a empresa aderiu a programas de refinanciamento de tributos. A maior parte da dívida sujeita à recuperação judicial já foi paga, diz Souza. Dos R$ 80 milhões, sobraram cerca de R$ 13 milhões que correspondem aos maiores credores – entre bancos e empresas. O presidente diz ainda que há valores de bens já alienados que estão retidos no processo, sugerindo capacidade financeira para honrar com o saldo restante.

A operação já não é tão grande como antigamente. O quadro de funcionários foi enxugado nesse período – de 1,7 mil colaboradores passou para 1,5 mil – e algumas linhas foram vendidas. A pandemia de coronavírus, que Souza classifica como “um caos”, afetou fortemente o negócio com a suspensão de viagens. Embora outros fatores tenham impactado a operação – alta no preço do combustível, fechamento de rodovias e chuvas –, a empresa diversificou a atuação com o serviço de fretamento para empresas.

“Hoje temos uma empresa menor do que quando entramos na recuperação judicial. Ela é menor, mas bem mais sólida”, alega o executivo.

Investimentos

Para Souza, não há, em Santa Catarina, empresa do ramo que esteja de vento em popa. Mas apesar de a receita e o número de passageiros ainda estarem abaixo do patamar pré-pandemia, ele diz já ver melhoras no mercado, impulsionadas pela retomada do turismo – as principais linhas operadas pela empresa partem do Oeste catarinense e parte do Paraná rumo ao Litoral, especialmente Balneário Camboriú e Florianópolis.

“A partir de março de 2022 começou a melhorar e no segundo semestre começamos a caminhar para uma recuperação. O ano de 2023 já começou mais próximo da normalidade”, considera.

A expectativa por um cenário mais animador faz o executivo projetar uma operação novamente lucrativa e um faturamento entre R$ 310 milhões e R$ 320 milhões em 2023. A nova fase também é marcada por investimentos. O plano da Reunidas é renovar, no curto e médio prazos, cerca de 40% da frota de 400 veículos, entre ônibus e caminhões. Este processo começou em 2022 e deve se intensificar em 2023. Para isso, o aporte anual deve girar na casa dos R$ 40 milhões.

A empresa também deve lançar em breve uma plataforma para venda de passagens rodoviárias pelo WhatsApp. Segundo Souza, 20% dos bilhetes já são comprados hoje pela internet e mostrados ao motorista pela tela do celular no momento do embarque.

“Temos uma história de 70 e poucos anos em Santa Catarina. Em qualquer lugar que você vai, a Reunidas é conhecida. Queremos voltar a crescer, disputar mercado”, projeta Souza.

Com informações e foto: Grupo NSC

 

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