O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira, 20, o protocolo que libera no SUS o uso da cloroquina até para casos leves de covid-19. Até então, o protocolo previa a medicação para casos graves.
A mudança no protocolo era um desejo do presidente Jair Bolsonaro, defensor da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
Não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar a covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.
O novo protocolo mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação. O termo de consentimento, que deve ser assinado pelo paciente, ressalta que “não existe garantia de resultados positivos”.
O documento afirma ainda que o paciente deve saber que a cloroquina pode causar efeitos colaterais que podem levar à “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.
Estudos não veem eficácia
Duas pesquisas internacionais realizadas com mais de 1.300 pacientes mostraram que a cloroquina e a hidroxicloroquina não têm eficácia contra a covid-19.
Um estudo dos EUA revelou que a taxa de mortalidade dos pacientes tratados com cloroquina foi semelhante a dos que não tomaram a droga, assim como a das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina – este segundo grupo teve duas vezes mais risco de sofrer parada cardíaca.
Outro estudo americano concluiu que pacientes com e sem o tratamento com hidroxicloroquina apresentaram o mesmo risco de uma piora do quadro, de necessidade de intubação e de morte.
A cloroquina ganhou projeção como possível solução para o coronavírus após a publicação de um estudo na França, em meados de março. Mas pesquisadores criticaram a metodologia e também o grupo reduzido de pacientes.
Com informações G1