Um grupo de trabalhado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado pelo presidente do órgão e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, elaborou um documento com 11 propostas para a área de segurança pública no Brasil. Entre as sugestões, uma bem específica está relacionada às redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger.
A ideia sugere a possibilidade de quebra de sigilo e monitoramento de mensagens trocadas pela internet durante o processo de investigação, “inclusive com a possibilidade de infiltração de agentes policiais”. Além disso, o documento afirma que empresas responsáveis pelos apps devem ter sede ou representação no Brasil e serão obrigadas a atender as determinações da Justiça.
O grupo responsável pela elaboração das sugestões foi chefiado pelo ministro do STF, Alexandre Moraes, e o documento já está nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os projetos devem servir de base para propostas dentro do Congresso e para o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Os embates entre a Justiça e os apps de mensagem se arrastam há alguns anos, inclusive no Brasil, onde o WhatsApp já chegou a ser bloqueado algumas vezes por não colaborar com investigações que pediam a quebra de sigilo de suspeitos, por exemplo, algo que o app alega ser impossível graças à sua criptografia.
Em 2018, o vice-presidente do Facebook na América Latina Diego Jorge Dzodan chegou a ser processado pela Justiça Federal por descumprir ordens judiciais que pediam a colaboração da empresa, a responsável pelo app de mensagens.
O Telegram ainda não teve problemas no Brasil, mas já passou por maus bocados na Rússia, sua terra natal. A justiça de lá já ordenou o bloqueio imediato do app e até mesmo determinou que cedesse suas chaves de criptografia, o que não foi feito. Tudo isso também rolou em casos envolvendo investigação de crimes ocorridos no país.
A proposta do CNJ não dá muitos detalhes de como seria feito o monitoramento das conversas, mas se as empresas já afirmaram que não há como afrouxar a segurança de seus usuários, é possível crer que algumas disputas em torno disso ainda ocorrerão até que as medidas entrem em vigor.
Com informações Tecnomundo