O Portal Notícia Hoje, em parceria com demais veículos de comunicação, apresenta mais uma reportagem da série “Profissionais do bem”, que tem como objetivo apresentar a comunidade o trabalho, as obras, os investimentos e o funcionamento do Hospital Maicé. A entrevistada desta vez é a médica ginecologista e obstetra, Ilse Maria Schmidt Driessen, que é formada pela universidade de Passo Fundo e está em Caçador há 28 anos.
Depois de formada, fez residência em Curitiba e desenvolveu a profissão em Caçador. Desde o início sempre frequentou cursos, congressos anuais na área em que atua, sempre desenvolvendo e aprimorando conhecimentos. “Fiz pós em sexualidade humana. Atualmente estou focada nas cirurgias ginecológicas, através da via vagina, como a retirada do útero, cirurgia das trompas e ovário através dessa via de acesso. Essas cirurgias têm menos tempo cirúrgico, é menos invasiva e têm pós-operatório muito bom”, explica.
Ela frisa que apesar de em menor número, continua atendendo as gestantes, visto que o foco é a ginecologia. Nesse sentido, a médica salienta que a especialização nessa área é de extrema importância. “A constituição física das mulheres, obesidade, questões genéticas, sedentarismo, fumo e a menopausa provocam diminuição da sustentabilidade pélvica e do colágeno, causando frouxidão dessas estruturas e prolapso de útero, de bexiga, intestino e mucosa vaginal. Muitas vezes as mulheres não comentam isso e quando sabem que existe a reconstituição é satisfatório, pois é possível devolver a saúde, a qualidade de vida e a sexualidade”, salienta.
Drª Ilse comenta que está finalizando uma especialização em colposcopia pela Federação Internacional de Colposcopia e Patologia Cervical. “A colposcopia é um aparelho que estuda as doenças do colo do útero, prevendo lesões malignas e pré-malignas, sendo possível o tratamento antecipado, evitando cirurgias e o tratamento com radioterapia e quimioterapia, no caso de câncer. Esse aparelho identifica lesões que vão levar a essas patologias”, cita.
Revitalização do Maicé
No que diz respeito ao projeto que vem sendo realizado no Hospital Maicé, a médica comenta que tem observado que as ações estão cada vez mais trazendo benefícios. “Por todo esse período já acompanhei muitos movimentos em relação à empresa hospitalar. Vemos o quanto é complexo gerenciar um hospital, por causa dos custos e investimentos. Podemos perceber ainda o descaso governamental com a saúde, mas a intenção de melhorar sempre existiu e também uma grande dificuldade de fazer isso acontecer. Vejo um despertar de autoridades e da população referente ao quanto é difícil uma empresa hospitalar particular ser mantida. Com essa nova abordagem, inserindo empresários e a compreensão e participação da sociedade, vejo uma perspectiva abrangente e evolutiva. Todos os setores estão tendo investimentos. Temos novos colegas, tecnologia ampliada e vejo bastante inovação”, acrescenta.
Os profissionais e a instituição
No que se refere aos profissionais, Drª Ilse diz que o hospital tem profissionais excelentes. “A população pode esperar o melhor dos médicos. Dentro do profissionalismo e da capacidade humana, todos estão fazendo trabalho sério”.
Ela diz também que compara a empresa hospitalar com a empresa aérea. “É um complexo empresarial sério, com custos elevados, que não pode ter falhas. É uma empresa de seres humanos trabalhando com seres humanos. O médico é como o piloto. A tripulação é toda estrutura de enfermagem. O hospital, como o aeroporto. Um depende do outro e estão extremamante interligados para o sucesso da conclusão da viagem. Não depende só do piloto ou da aeronave. Existem tempestades, coisas previstas e imprevistas”. exemplifica.
Perspectiva
A médica enaltece que para que os avanços prossigam é necessário que todos façam a sua parte. “Essa mudança exige todo um avançar que está se buscando. Sempre vai se buscar a melhoria. Existe a vontade e as pessoas estão ampliando sua compreensão e conhecimento sobre o que é o hospital. O Maicé é o único hospital que temos e que nós todos vamos precisar. Não podemos ficar no julgamento, hospital ruim ou bom. É o hospital que temos e que precisamos melhorar. Existem coisas que não são ideais. Mas existem coisas boas. A cada hora, vidas estão sendo salvas a cada momento, sofrimentos são aliviados. Nós temos que viver de acordo com a realidade. E nessa realidade temos que buscar o melhor dentro do possível”, comenta.
Para ela, é preciso valorizarmos o que vem sendo feito. “Somos privilegiados em morar em uma cidade como Caçador que tem suas dificuldades, mas vendo a realidade do mundo e do Brasil, temos muitas coisas boas. Sou satisfeita em realizar meu trabalho aqui, contribuir com minha parte profissional e humana para a melhoria do bem estar das mulheres. Acredito que temos que olhar mais o que temos de bom e minimizar as dificuldades, trabalhando com elas para as coisas prosperarem”, completa.