inco pessoas foram responsabilizadas pela Justiça da Bolívia por envolvimento nas permissões que autorizaram o voo da Chapecoense decolar em 29 de novembro de 2016, matando 71 pessoas na queda. Três deles foram presos e atualmente respondem em prisão domiciliar. Outros dois são considerados foragidos.
À reportagem da NSC TV, o juiz Martin Camacho explicou que a investigação foi postergada em seis meses. “O Ministério Público pediu a mim permissão para poder investigar por mais seis meses, porque vão pedir cooperação internacional, aparentemente para citar algumas pessoas para quem vão ampliar a denúncia”, falou Camacho.
As prisões ocorreram logo após o acidente. O diretor administrativo da LaMia, Gustavo Gamboa, foi um deles. O advogado de defesa disse que Gamboa não sabia que o avião poderia estar voando no limite da capacidade.
“Não temos conhecimento de que ele estava inteirado destas operações no limite do combustível. A função específica de Gustavo era meramente administrativa e comercial”, disse o advogado Walter Suarez.
O filho dele, Gustavo Villegas, era diretor de registro da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), autoridade máxima no setor. O Ministério Público boliviano acredita que ele pode ter facilitado a concessão de licenças para a LaMia operar. Inclusive, o certificado da LaMia vigente na época da queda tem a assinatura de Villegas.
O advogado diz que a relação de parentesco nunca influenciou no trabalho dele. “Não havia nenhum contato, nenhuma relação… o fato de que seja seu pai não influenciou em que cumprisse todos os requisitos”, informou o advogado Milton Andrade.
O terceiro preso, Joons Teodovich, era supervisor de tráfego aéreo em Viru-Viru na noite do acidente. Segundo a acusação, ele conhecia o plano de voo e poderia ter impedido a decolagem. No entanto, ele afirmou não ter recebido nenhuma informação sobre combustível.
“Só recebo um plano de voo operacional no computador onde não aparece a quantidade de combustível da aeronave”, falou Teodovich.
Ordem de captura
Na quarta-feira (22) o Ministério Público boliviano expediu duas ordens de captura.
Uma é contra Célia Castedo, ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) que atualmente mora em Corumbá (MS). É dela a assinatura que está no carimbo do plano de voo que caiu. Ela afirma que a função dela não impede que o voo não decole e que teria feito observações sobre o voo, inclusive sobre a autonomia do combustível.
A outra é contra Marco Rocha, que está foragido, um dos donos da La Mia.
Com informações de G1