O Comitê de Política Monetária do Banco Central projetou uma alta significativa nos preços da energia elétrica e da gasolina neste ano. Segundo a instituição, o preço da energia deve subir 41%, acima da última estimativa feita em abril, de 38,3% e os gastos com a gasolina devem ter um reajuste de 9,1%, abaixo do projetado na última avaliação, de 9,8%.
Os dois componentes têm peso expressivo no cálculo da inflação. O documento, que foi divulgado nesta quinta-feira, 11, se refere à reunião em que foi decidido o aumento da taxa básica de juros (a Selic) para 13,75%, o maior nível desde 2009, realizada no dia 3 de junho.
O Banco Central também reconhece que a inflação deve permanecer elevada ao longo deste ano e reforça a mensagem de que é preciso determinação e perseverança para combatê-la.
Nesse contexto, conforme antecipado em notas anteriores, esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos, informou o documento, que se refere à última reunião do Copom, na qual foi decidido reajuste de 0,5% na taxa básica de juros (a Selic), que passou a 13,75%, o maior nível desde 2009.
Levando em conta o teor do discurso de batalha contra a inflação e a aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio, a expectativa é que o BC volte a elevar a Selic na próxima reunião, em julho. A expectativa do mercado é que a taxa possa ultrapassar a marca de 14% até o final do ano.
Considerando que a inflação alta se restringirá a 2015, o Copom afirmou que espera um cenário de convergência da inflação para 4,5% (o centro da meta) em 2016. Apesar disso, a instituição voltou a ponderar que os avanços alcançados no combate a inflação até agora ainda não se mostram suficientes.
O comitê também admitiu que a expansão da atividade econômica neste ano será inferior ao potencial. Em particular, o investimento tem se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de eventos não econômicos, e o consumo privado mostra sinais de moderação. Entretanto, para o Comitê, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça, afirmou o documento.