A DIC (Divisão de Investigação Criminal) investiga quatro ossadas humanas encontradas num período de 45 dias no interior de Chapecó, no Oeste do Estado. Pelo menos duas estavam num poço desativado. De acordo com o delegado Vagner Papini, todos os casos são investigados como homicídio.
Apenas as duas ossadas encontradas no dia 10 de julho deste ano, num poço desativado no Distrito de Marechal Bormann, foram identificadas. São de Cleiton Dalariva Bublitz, 22 anos, e de Cláudio Pereira, 41.
Mesmo com a identificação prévia das vítimas, com base em informações de testemunhas, o delegado afirma que os restos mortais permanecem no IML (Instituto Médico Legal) em Chapecó, uma vez que os exames de DNA não apontaram parentesco com familiares.
“Estamos atrás de parentes mais próximos ainda, como, por exemplo, filhos”, disse Papini.
A conclusão do inquérito depende dos laudos do IML. Três homens são suspeitos das duas mortes. O trio já está no Complexo Prisional de Chapecó, pois foi indiciado por outro assassinato.
“Eu já sei quem matou Cleiton e Cláudio”, disse Papini.
Cláudio desapareceu em 2 de novembro de 2017. Já Cleiton foi visto pela última vez em 28 de outubro de 2018. Para a polícia, ambos foram mortos por dívidas relacionadas ao tráfico de drogas.
Linha São Pedro B
Um dos restos mortais foi encontrado em partes e em dias distintos (7, 8 e 9 de agosto), na linha São Pedro B, no interior do município. O crânio foi a primeira parte localizada, depois que um cão levou o membro até a porta de uma casa.
O delegado afirma que, além dos ossos, também foi encontrada uma corda e roupas. Ele não descarta a possibilidade de suicídio. Uma análise preliminar do IML apontou que os restos mortais são de uma mulher.
Marechal Bormann
Duas semanas depois, em 24 de agosto, um morador encontrou outra ossada em uma plantação de eucaliptos, na comunidade de Serraria Reatto, no interior do distrito.
Uma calça jeans, um cinto e um par de sapatos foram encontrados juntos ao corpo. As vestes indicam que a vítima seria do sexo masculino.
“Estão suspensas temporariamente as investigações sobre as duas ossadas encontradas em agosto, pois não temos nenhum indicativo da identificação das vítimas. Pelas análises preliminares, não é possível afirmar que as mortes ocorreram de forma violenta (assassinato)”, pontuou Papini.
As duas ossadas encontradas em julho estavam num poço desativado, num local onde há muitos anos era uma empresa que produzia erva-mate. Este ponto fica há dois quilômetros de onde foi localizado o outro cadáver, no sábado, 24 de agosto.
Para a polícia, o local não é considerado ponto para desova de corpos, pois não há registros de outros casos.
“Essas pessoas foram mortas e jogadas ali com objetivo de esconder os corpos”, completou Papini.
Com informações ND