Após 53 dias sem reajustes, a Petrobras comunicou a seus clientes nesta segunda-feira, 18, alta de R$ 0,05 no preço da gasolina. A medida representa um aumento médio de 2,7% e passa a vigorar nesta terça-feira, 19.
O preço do diesel também será elevado, em R$ 0,026 por litro, segundo fontes. É um aumento médio de 1,2%, duas semanas após o último ajuste, quando houve corte de 3%.
Os reajustes acompanham evolução do preço do petróleo e a escalada do dólar, que atingiu nesta segunda o maior valor nominal da história. A empresa ainda não publicou novos valores em seu site.
Para as importadoras de combustíveis, porém, a alta da gasolina ainda não elimina a defasagem com relação às cotações internacionais acumulada no período sem reajuste.
O último reajuste no preço da gasolina vendida pela Petrobras foi promovido no djia 27 de setembro, com aumento de 2,5%. Na semana anterior as cotações do petróleo haviam disparado após ataque à maior refinaria da Arábia Saudita, que retirou do mercado 5% da produção global.
Naquele dia, o dólar fechou em R$ 4,156. O petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou cotado em US$ 63,30 (R$ 266,2, pela cotação atual) por barril.
Em relatório divulgado na sexta, o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) calculou em R$ 0,10 por litro a defasagem média do preço da gasolina vendida pela Petrobras em relação à cotação do Golfo do México, nos Estados Unidos.
A Abicom (Associação Brasileira de Importadoras de Combustíveis) vê defasagem entre R$ 0,09 e R$ 0,19 por litro, dependendo do ponto de entrega, o último valor refere-se ao porto de Itaqui, no Maranhão, um dos principais pontos de entrada de gasolina importada.
Desde 2016, a política de preços da Petrobras considera um conceito chamado de pariedade de importados, que é a soma das cotações internacionais convertidas ao real com os custos de importação e margens de lucro.
A última vez que o preço da gasolina ficou tanto tempo sem reajuste foi entre os meses de fevereiro de 2017. Ao todo, foram 55 dias. Na época, o litro era vendido pela estatal a R$ 1,5901, em valores corrigidos pelo IPCA.
Até esta segunda, o combustível saía das refinarias da estatal, em média, a R$ 1,8054 por litro, de acordo com o CBIE, a Petrobras não publica mais o valor médio. Com o reajuste, passará a R$ 1,8554.
Já o preço do diesel sobe de R$ 2,1877, segundo o CBIE, para R$ 2,2137 por litro.
O repasse às bombas depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. O valor cobrado pelas refinarias da Petrobras representa certa de 30% do preço final da gasolina e cerca de metade do preço final do diesel.
Com informações Folha de São Paulo