pároco de São Joaquim, na Serra catarinense, é investigado pela Polícia Civil do município por suspeita de adquirir fotos de cunho sexual de um adolescente de 13 anos. O menor de idade teria feito crisma naquela paróquia.
A polícia disse que não vai, por ora, divulgar oficialmente o nome do padre. Nesta quinta-feira (26), em cumprimento a mandado judicial, foram apreendidos computadores na casa paroquial onde ele mora. Os equipamentos vão passar por perícia.
O adolescente já foi ouvido e disse que o padre, por meio de uma rede social, pediu que ele enviasse fotos do próprio órgão genital. O menor de idade contou que o pároco também lhe enviou imagens com o mesmo teor.
O caso começou a ser investigado na primeira quinzena de outubro, depois de uma denúncia anônima feita à delegacia de São Joaquim, envolvendo o adolescente e outras pessoas que teriam conhecimento do crime.
“O adolescente tirou um print dessa conversa e publicou num grupo de WhatsApp. Várias pessoas já estavam sabendo por causa disso. Nesse diálogo o padre perguntou pro adolescente se ele tinha gostado da foto”, disse ao G1 o delegado Diego Azevedo, responsável pelo caso.
O delegado afirmou que, pela foto, é possível identificar móveis que seriam do quarto que o padre ocupa na casa paroquial. Por ora, não há indícios de que outros adolescentes tenham sido vítimas.
O padre, que estava numa excursão na Itália com outras pessoas da paróquia, chegou nesta quinta ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis. No local ele foi abordado por equipes das polícias Civil e Federal.
Aos policiais o pároco negou ter cometido o crime pelo qual é investigado e disse que perdeu o celular durante a viagem. Entretanto, de acordo com o delegado, até essa quarta-feira (25) o religioso postou fotos da excursão pelo país europeu.
“É no mínimo estranho ele falar que perdeu. A gente acredita que ele possa ter sido avisado por pessoas da paróquia a respeito da investigação e, por isso, tenha jogado o celular fora”, disse Azevedo. Como não houve flagrante, o religioso acabou sendo liberado.
Sete pessoas foram ouvidas pela polícia até agora. As autoridades policiais fizeram à rede social pela qual o adolescente e o padre teriam tido a conversa uma representação para liberação de dados, mas a autorização só deve ocorrer daqui a alguns meses, informou o delegado.
A Polícia Civil disse que vai encaminhar ofício nos próximos dias para a Diocese de Lages, sugerindo o afastamento do padre enquanto a investigação estiver em curso. O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias.
A pena para o crime de adquirir, possuir ou armazenar foto ou vídeo com cena de sexo explícito ou pornográfica com criança ou adolescente, previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), é de um a quatro anos de prisão e multa.
Com informações de G1