A caçadorense Caroline Orbano Menelli já precisou diversas vezes utilizar os serviços oferecidos pelo Hospital Maicé. Desta forma, ela vivenciou várias experiências e optou por tornar pública essa vivência após a notícia da renúncia do Conselho Consultivo.
Ela já presenciou casos de diversos tipos. Leia o relato:
“Eu, quase sócia do Maicé por viver tendo que depender de internações, uma a cada 2 meses , deixo minha reflexão: todo mundo está “metendo o pau no hospital”, mas por muitas vezes internada, vejo pessoas irem para o hospital com problema de saúde em estado bem avançado. Meu pai é um desses, sempre teima e só vai em últimos casos para o hospital, então às vezes infelizmente, por mais pronto que seja o atendimento , não há mais volta, aí colocam a culpa toda do hospital.
Já vi casos de pessoas chegarem ao Maicé e afirmarem para o médico que a paciente levou um susto e desmaiou , e que isso sempre acontecia , que a paciente tinha crises nervosas . Então o médico prontamente vai medicar um calmamente e observar o quadro, quando na verdade a paciente teve um AVC. O médico encaminhou para exames e, observando que a paciente não reagia, tomou outras providências, mas infelizmente era tarde. Logo depois vi este mesmo senhor gritar que o médico não fez nada, que a culpa era do hospital, então, infelizmente não podemos concordar com descasos do hospital , mas temos que lembrar que , se está ruim com o hospital , pior ainda sem ele.
Estamos sim todos tristes com o que aconteceu. Vamos todos pedir incansavelmente que Deus console, conforte o coração de toda a família, e o padre em seu momento de dor fez um desabafo compreensível o qual devemos acolher com carinho e rezar por ele e por todos que já vieram passar por algo assim. Mas eu gostaria de deixar também uma reflexão: infelizmente alguns profissionais, sem consciência, sem o dom de estar onde estão, colocam todo um trabalho a perder. Mas não são todos merecedores de críticas. Há um trabalho sério, com profissionais comprometidos que acabam sendo apagados por acontecimentos assim. Eu muito já dependi do hospital, inclusive recentemente, quando fui atropelada. Com tudo que aconteceu comigo e tantas outras vezes que fiquei internada e precisei, tiveram erros e acertos.
Por muitas vezes me revoltei, mas por muitas vezes fui grata , por tudo que na medida do possível foi feito por mim. Temos sim excelentes profissionais aqui, como temos alguns que infelizmente não deveriam estar lá. Temos enfermeiras comprometidas com nossas vidas, Já presenciei uma querida enfermeira , que toda agulhada que me dava parecia doer mais nela do que em mim, como tive uma que eu a tratava com carinho e ela me tratava como um nada, tratava mal até as outras enfermeiras. Ela não parecia feliz , mas na frente de seus superiores parecia a melhor pessoa do mundo, então não tinha como eu culpar um hospital todo por alguém que estava sendo injusto e colocando o trabalho de todos a perder. Eu observei porque estava há algum tempo ali, dependendo, vendo, mas às vezes encontrar uma pessoa assim em um breve atendimento, realmente coloca um hospital abaixo em minutos.
Isso é muito triste, porque todos pagam por um, um trabalho todo se desfaz. Durante 30 dias que passei internada no Maicé em fevereiro de 201. Lembro de todas as noites ver as irmãs unidas na capela , rezando, implorando pela vida de todos que lá estavam internados. Claramente reconheço que nenhuma delas se beneficia de alguma doação, pois elas nada têm, vivem para o hospital. Existem erros , sim , existem muitos erros, muitas falhas, muitas coisas imperdoáveis e devemos sim, como o padre fazer nossa parte, reclamar, exigir, buscar , mas nunca deixar de acreditar e se possível fazer a nossa parte e se dispor a ajudar, pois o hospital é nosso.
Temos direitos e deveres . Unidos, com amor, tenho certeza que buscaremos o melhor , “é ruim o hospital….pior ainda sem ele “. Que Deus nos conceda saúde e tome em Suas mãos todas essas necessidades. Vamos rezar por nosso hospital, vamos dar as mãos e tentar levantar juntos, para que tristezas assim não venham mais a acontecer.
Quando eu estava internada , o momento mais esperado era quando chegava alguma visita e ainda mais quando chegavam os “doutores da alegria ,” com as madrinhas. Que lindo ! Era uma forma que eu via dessas pessoas fazerem sua parte, mostrar que por mais difícil que estivesse a situação , eles estavam lá prontos a tentar no fazer sorrir e deixar o sofrimento mais leve.
Estou muito triste com que está acontecendo , infelizmente algumas pessoas que muito lá de vez em quando precisam de um breve atendimento falam o que não sabem e todo mundo ouve, mas pessoas q acompanham de perto não são ouvidas. Sei que precisamos de pessoas que salvem vidas, que se preocupem com nossas vidas não só com nossos sorrisos, mas juntos cada um fazendo sua parte , se dispondo , chegaremos lá. Não vamos deixar de acreditar, precisamos do hospital , vamos lutar juntos, vamos dar as mãos, pois juntos somos mais”.