Eleição na Câmara
Valmor de Paula, do PT, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Caçador na noite desta segunda-feira, 6. Enfrentou Alencar Mendes (DEM) e Glaci Cardoso (PMDB) e venceu no segundo turno por 7 a 6.
Mas, muita coisa aconteceu nos bastidores. No início do mandato, um acordo feito entre o PT, PMDB e PDT dividiu os 4 anos da Presidência. No primeiro ano, Carlos Evandro Luz (PMDB) assumiu o cargo. Depois dele, Wilson Binotto (PDT). Em seguida, Flávio Henrique dos Santos (PMDB) e, até segunda-feira, Ricardo Pelegrinello (PT). Todos foram eleitos por 8 a 5, sempre derrotando a oposição.
Só que, agora, o principal fato foi a oposição ter assediado de forma intensa a vereadora Glaci para que ela enfrentasse Valmor. Assim, se a peemedebista não votasse em Valmor, era possível que o candidato da oposição vencesse. Ou, mesmo, se Glaci se abstivesse de votar, com empate, o mais velho seria eleito.
A oposição já havia preparado o nome de Jorge Savi (PSD) para a disputa com Valmor em um natural segundo turno. Jorge é mais velho que Valmor, assumiria a Presidência e derrotaria o acordo feito no início do mandato.
Acontece que as coisas não saíram exatamente assim. Aliás, Fontes do Além afirmam que foi Moacir D’Agostini (DEM) o grande mentor do plano que tinha tudo para dar certo, mas foi por água abaixo com a decisão de Glaci: votaria nela no primeiro turno e, em Valmor de Paula no segundo. Com isso, Valmor já somaria os 7 votos necessários.
Quando a oposição teve certeza de que isso iria acontecer, ouve a troca do candidato: Alencar Mendes bancou a candidatura. Teve 5 votos no primeiro turno: o dele, de Adilberto de Oliveira (PSD), Cleony Figur (PSD), Moacir D’Agostini (DEM), Jorge Savi (PSD). No segundo, incrementou o voto de Fernando Scolaro (PDT), que havia votado em Glaci no primeiro.
Valmor teve 6 votos no primeiro turno (o dele, de Flavinho, Wilson Binotto, Ricardo Pelegrinello, Dominguinhos e Neri Vezaro, do PMDB) e 7 no segundo, com o incremento de Glaci Cardoso.
Fernando Scolaro, mesmo sendo do PDT, não votou em Valmor. Isso porque ele sempre deixou claro que não participou do acordo. Quem iniciou o mandato foi o pastor Vilso Soares, que renunciou o cargo e Scolaro assumiu em seu lugar.
Eleição na Câmara 1
É preciso destacar o apoio de Mario Cachinski para que Valmor fosse eleito. Líder do prefeito por 3 anos e 5 meses, Valmor foi uma aposta bem sucedida do próprio Mario quando da escolha de alguém que fosse representar Beto Comazzetto na Câmara.
Valmor foi um dos maiores líderes de prefeito até agora na história da Câmara Municipal. Talvez por isso, tenha se indisposto com alguns vereadores. Mas, em todo esse tempo Valmor acabou tendo destaque por fazer uma ótima ponte entre o Legislativo e o Executivo.
Mario, por sua vez, estava um pouco afastado da Câmara. Antes, era ele quem fazia os contatos quase diários com os vereadores, na sua maioria a pedido de Valmor. Só que ele acabou perdendo essa função, retomada nesta segunda-feira.
Foi dele a iniciativa de conversar com Glaci para que ela não fizesse o jogo da oposição. Deu certo.
E lá em 2008?
Não fossem os atores diferentes (com exceção de Wilson Binotto e Jorge Savi), a cena parece que seria quase a mesma. Era fevereiro de 2008 quando, para o cumprimento de um acordo firmado no primeiro ano de mandato, Antonio Gilberto Gonçalves, o Pica Pau, na época no PT, iria renunciar ao cargo de presidente para que Jorge Savi assumisse.
Então membros da oposição, contavam com os votos do falecido Deoclides Sabedot (PMDB), Marcos Creminácio (então no PT), Alcedir Ferlin, o Lilo (PMDB) e Beto Comazzetto (PMDB).
Mas, a base do Governo do então prefeito Saulo Sperotto queria que o Regimento Interno da Câmara fosse cumprido e as vagas na Mesa Diretora distribuídos de outra forma. Com a negativa da oposição, os vereadores Telmo Silva (PP), Wilson Binotto (então no DEM), Sérgio D’Agostini (DEM) e Zé Carlos (PP) se ausentaram da sessão quando a votação iria acontecer. No dia seguinte, ingressaram na Justiça com o pedido de revogação da eleição.
Pica Pau teve que ficar no cargo até meados de abril quando um novo acordo foi feito: Zé Carlos seria o vice-presidente e, Savi, o presidente. Só assim, Savi pôde assumir o cargo e conduzir os trabalhos da Câmara até o final do mandato.