A Marinha do Brasil confirmou na noite desta quarta-feira (25) que o comandante e o imediato de um de seus navios, o Almirante Saboia, estão com a Covid-19.
A embarcação esteve atracada no Porto de Itajaí, no Litoral Norte, nos dias 13 e 14 de março. Neste período, o Saboia foi visitado por cerca de 200 alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina, localizada em Florianópolis.
Por meio de nota, a Marinha informou que o navio passou por um processo de descontaminação feito pela Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica. Imagens da operação de higienização vazaram nas redes sociais.
A Marinha do Brasil disse ainda que toda a tripulação está sendo monitorada. O estado de saúde dos infectados não foi informada. Interinamente, um novo comandante e imediato foram designados para manter as atividades do navio.
Na manhã desta quinta-feira (26), a Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí afirmou que a embarcação deixou o local no dia 16 de março e foi para o Rio Grande (RS). De lá, voltou para o Rio de Janeiro.
Alunos monitorados
Pelo menos cinco alunos que estiveram em contato com os tripulantes da embarcação apresentaram sintomas respiratórios e estão na enfermaria do escola, no bairro bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis.
A reportagem do nd+ apurou que um deles teria sido diagnosticado com pneumonia e está em área isolada dos demais.
Segundo um profissional que trabalha na instituição e pediu anonimato, a suspeita é de que os alunos estejam infectados pelo Covid-19. Os casos, porém, ainda não foram confirmados supostamente por falta de testes.
“Os alunos estão bem preocupados com essa situação”, contou o profissional.
Segundo o profissional da instituição, a escola não ofereceu equipamentos de saúde, como máscaras e luvas.
“Eles fizeram uma licitação e parece que só vai chegar em abril. Não tem nada aqui, colocaram um litro de álcool dentro de cada uma das salas e só”, disse.
De acordo com o funcionário, a Vigilância Sanitária foi até o local na última semana para tentar verificar as condições do espaço, mas a direção não teria permitido a entrada dos fiscais.
Escolas seguem funcionando em Santa Catarina
Após a informação da possível propagação do vírus, o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) enviou um ofício para o Ministério da Defesa pedindo a suspensão das atividades na escola de aprendizes.
Segundo a categoria, mesmo com a determinação do governo do Estado para o cancelamento de todas as atividades estudantis por meio de decreto, os alunos seguem aquartelados e proibidos de deixar o local. As atividades estudantis também estão mantidas.
Conforme a dirigente do Sinafese, Elenira Vilela, há cerca de 400 pessoas na comunidade escolar, sendo a sua grande maioria militar. Apenas 12 docentes e três técnicos são civis. Os profissionais saem do quartel todos os dias.
“Infelizmente, a gente não compreende o porquê, a Marinha tem as escolas no Brasil inteiro, cujo os servidores civis são representados pela gente, e estão tendo que ir trabalhar. Eles são obrigados a manter as aulas e isso significa que eles entram e saem. Podem ser vetor e podem contaminar os estudantes”, disse.
Contraponto:
A reportagem do nd+ tentou contato com a Escola da Marinha Florianópolis, mas até as 14h, não obteve retorno. A Secretaria de Estado da Saúde também foi procurada para comentar o caso.
Com informações ND Online