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Mortes por Covid-19 aumentam em Santa Catarina e casos ativos diminuem

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Março acumulou 32% das mortes por Covid-19 em Santa Catarina. Os sete primeiros dias de abril não mostram dados animadores neste indicador. Na primeira semana do mês passado, 606 pessoas morreram por causa da doença, em abril, 720 mortes na primeira semana, crescimento de 18%.

Na terça-feira (6), o Estado registrou o maior número de mortes em 24h, com 224 vítimas fatais da doença no Estado. A boa notícia é o número de casos ativos, que vem caindo. Em 7 de março, o Estado tinha 37.371 casos ativos, e em 7 de abril, 20.730.

Em seu último boletim, o NECAT (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense), liderado pelo professor Lauro Mattei, interpretou dados de 28 de março a 2 de abril e identificou tendência de queda.

Segundo o professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que coordena o NECAT, a tendência de queda é na média do estado, mas há diferenças entre as microrregiões.

“Algumas com queda boa, o caso do Vale do Itajaí, de Blumenau, Florianópolis e Tijucas. Por outro lado, outras microrregiões ainda estavam em expansão, por exemplo, o Planalto Norte, tanto na microrregião de Joinville, quanto Canoinhas”, ressalta Lauro.

Leitos de UTI para Covid-19

Santa Catarina não consegue solucionar outro drama da pandemia: a fila de espera por leitos de UTI. Na terça-feira (7), 171 pessoas aguardavam leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 43 de enfermaria.
Na avaliação do epidemiologista Lúcio Botelho, Santa Catarina vive uma insegurança brutal. “Não sabemos quanto tempo o novo governo vai ficar. Se o Moisés [governador afastado] retornar, a primeira coisa que vai fazer é tirar todo mundo que está aí. Retornarão os anteriores? Ninguém sabe”, argumenta Lúcio.

Do ponto de vista estrutural, para ele, nada mudou com a entrada de Daniela Reinehr e as trocas nas Secretarias, em especial na Saúde, liderada agora por Carmen Zanotto.

“Se é verdade que, no início de abril, estamos melhor no índice que mede infecção do que no início de março, não melhoramos na questão da mortalidade, porque estruturalmente esgotamos o modelo de atenção à saúde. Ainda temos UTI’s lotadas”, lamenta Lúcio.

Mortes

Para Lauro Mattei, o indicador de mortes precisa ser visto com cuidado. Ele lembra que, como houve explosão de casos em março, o reflexo é depois.

“A tendência é que as mortes continuem subindo, mas tem um detalhe: o pico, pelo que acompanhei, foi praticamente na quarta semana de março. A queda do número de casos será mais expressiva do que a queda no número de mortes em abril”, avalia Lauro.

Ele acredita que a tendência de queda nas mortes é para a última semana do mês, se os casos ativos continuarem caindo. Para o professor, as autoridades do estado devem observar com atenção outro indicador: taxa de transmissão.

“A matriz de risco divulgada no sábado (3), mostra uma variabilidade pequena. Por isso, continuamos no vermelho. Para um índice confortável, nenhuma das regiões deveria estar acima de 0,80. A maioria continua entre 0,90 e 1”, aponta Lauro.

Letalidade

O epidemiologista Lúcio Botelho lembra que a letalidade é um coeficiente que mede o número de mortes, em relação ao total de casos da doença. Ele explica que o primeiro componente a mexer nesse índice é a característica do próprio vírus, o segundo é a atenção oferecida ao problema.

“Quando esgotou o modelo de atendimento, as pessoas passaram a ser atendidas sob condições ruins, aumentando a letalidade. Temos a falência do modelo de atenção. Se diminuirmos a fila das UTI’s, vamos voltar à letalidade pura do coronavírus: 1,2%”, acredita o professor.

As ações do governo

Questionado sobre as mais recentes ações em relação à pandemia, o governo de Santa Catarina informou que a SES (Secretaria de Estado da Saúde) e o COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde) monitoram constantemente a evolução dos casos e ocupação das UTI’s para auxiliar e fazer recomendações às regiões.

O Governo editou um novo decreto (nº 1.238/2021), em 4 de abril, prorrogando as medidas de combate à Covid-19 no Estado. As restrições em Santa Catarina são válidas até 12 de abril.

“A única alteração é no fornecimento de bebidas alcoólicas com consumo no próprio estabelecimento, agora proibida entre 22h e 6h, em todos os níveis de risco. Os demais regramentos seguem.

O Governo destaca que, entre as principais medidas, estão a proibição de funcionamento de casas noturnas, shows, espetáculos, eventos sociais e reuniões de qualquer natureza. O cenário será reavaliado para decidir se as medidas serão mantidas.

O Governo reforçou que os prefeitos podem adotar decisões mais restritivas e que as recentes decisões vieram após reunião do Coes, com representantes de entidades e da SES.

“O objetivo é manter as medidas de distanciamento para a prevenção, aliado a um equilíbrio entre a segurança sanitária e a economia do Estado, permitindo que o atendimento das necessidades com a saúde ocorra em sintonia com a retomada da economia”, informa a nota do Governo.

Uma socióloga na discussão

A socióloga Márcia Grisotti coordena, em Santa Catarina, uma pesquisa nacional, financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, sobre os reflexos sociais da pandemia nas populações em isolamento. No Estado, a pesquisa foca nos profissionais de saúde.

Para ela, é difícil acreditar que, no pico da pandemia, determinados grupos sociais desconsiderem as questões de saúde pública. Para ela, esse problema tem muitos fatores, como o cansaço das pessoas, depois de um ano.

Ela acredita que determinados grupos estão relativizando suas perdas, principalmente no caso dos empregos. Outro fator, na visão dela, é que pacientes que venceram a Covid-19 e tiveram sintomas leves construíram sua própria noção da pandemia.

“Para esses, é algo ‘menos grave do que uma gripe’. Na cabeça dessas pessoas, ‘para que tudo isso?’, ‘Por que paralisar?’ As campanhas deveriam trabalhar com esse público”, defende a socióloga.

Márcia Grisotti avalia que o uso de máscaras ainda precisa ser incentivado e que o poder público deveria doá-las, pois muitas pessoas não têm condições de comprar o acessório todo dia.

Com informações ND Mais 

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