A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desencadeou uma série de conversas telefônicas e em grupos de WhatsApp entre oficiais militares de patentes abaixo do generalato deste o anúncio do resultado, todas em tom de frustração e temor com o destino das Forças Armadas sob o novo governo.
Entre generais de alta patente, porém, não há nenhuma ameaça ou sequer cogitação de resistência ou intervenção militar em favor de Bolsonaro.
“Os generais de quatro estrelas estão ‘sentados’ na Constituição”, afirma um dos três interlocutores dos integrantes do Alto Comando do Exército com quem O Globo conversou na manhã desta segunda-feira, 31.
Outro resumiu assim o ânimo entre os 16 generais de quatro estrelas: “O clima é de absoluta normalidade. Vida que segue”.
Um terceiro, general já na reserva, contou que há algumas semanas emissários de Lula têm sondado o ambiente da força, em cafés e almoços aparentemente despretensiosos, mas que serviam para mandar aos militares sinais de que Lula vai atuar para acalmar os ânimos entre o Executivo e as Forças Armadas.
Abaixo do generalato, porém, há frustração com o que muitos deles chama de “falta de consciência” ou mesmo “ignorância do povo”, que não teria entendido “o que estava em jogo” na eleição.