A Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) está desenvolvendo uma pesquisa intitulada: “O comportamento linguístico e o perfil identitário dos falantes de língua portuguesa de Caçador”. O estudo é realizado pela professora da Universidade e aluna no Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento e Sociedade, Sandra Mara Bragagnolo. O estudo é orientado pelo doutor Joel Haroldo Baade.
De acordo com a mestranda, o objetivo central está em analisar o perfil identitário da população de Caçador a partir de seu comportamento linguístico. Além disso, a pesquisa de dissertação irá caracterizar elementos da formação sociocultural da cidade, avaliar amostras das variantes linguísticas da população e descrever o perfil identitário da população do município a partir da coleta e análise dos dados na execução da pesquisa.
“Os registros sobre a história da população de Caçador só começaram a ser feitos nos anos de 1970 e só foram publicados a partir dos anos 1980. Mesmo assim, nas obras que sucederam esse marco inicial nas produções históricas e geográficas sobre o município, não se encontram registros específicos sobre a descrição do perfil linguístico de sua população’, explica.
“No material disponível para pesquisa, há registros valiosos para a reconstrução da história do município de Caçador. No entanto, devido à importância que teve a Guerra do Contestado, essas obras trazem um enfoque maior às questões políticas, econômicas, geográficas e históricas. E quando os aspectos humanos são considerados, o enfoque é dado a dimensões como a ordem cronológica da chegada de habitantes, suas origens e interesses econômicos na região. Ou seja, muito pouco se fala sobre o comportamento linguístico dessa população”, completa Sandra.
Ainda de acordo com a mestranda, desde os primórdios da história do município de Caçador, passando pelos seus antecedentes pré-históricos, sua emancipação política, em 1934, até o século XXI, há um longo percurso, em que pessoas de diferentes origens chegaram para povoá-lo e promover seu desenvolvimento. Essa mescla de histórias individuais e coletivas é refletida no modo de falar de sua população. “As características linguísticas dessa população carecem de descrição e estudo para que novas pesquisas possam ser embasadas nos seus resultados e, sobretudo, para que a cultura regional seja conhecida e valorizada”, afirma.
Sandra Mara Bragagnolo destaca que a comunicação não só identifica comunidades como também lhes permite expressar necessidades e desenvolver-se, o que a levou a estudar o tema. “Com o decurso dessa pesquisa, quer-se, não estudar a língua por ela mesma, mas pelo que ela pode revelar das características da população em estudo, por isso, estará embasada nos princípios da história social da linguagem”.