O Mercado Livre lançou nesta terça-feira, 27, uma campanha contra o reajuste de até 51% nos fretes dos Correios – o aumento médio será de 29% – a partir de 6 de março. Segundo a empresa, a mudança prejudicará tanto os consumidores quanto os pequenos e médios empreendedores que vendem pela internet e utilizam os Correios para despachar seus produtos.
“Ao escolher repassar os custos da sua ineficiência operacional, os Correios – líder na entrega de encomendas no e-commerce – figuram como principal responsável por prejudicar significativamente a evolução do segmento. Um retrocesso que impacta diretamente os pequenos e médios empreendedores, importante fonte geradora de empregos no Brasil”, afirma o site que reúne vendedores. “Só no Mercado Livre, mais de 110 mil famílias têm as vendas no marketplace como sua principal fonte de renda.”
O Mercado Livre diz que o aumento prejudicará principalmente os consumidores que moram em regiões mais distantes do país.
“O aumento será maior nas rotas mais distantes, por isso entendemos que é um movimento antidemocrático, pois pune mais quem mora mais longe. Para essas pessoas, a compra pela internet não é uma comodidade, mas uma necessidade”, diz Leandro Soares, diretor do Mercado Envios.
Segundo ele, a empresa não tem como absorver o aumento – isso significa que o reajuste será repassado ao consumidor. “Mas vamos continuar a estimular a nossa política de frete grátis. Ou seja, continuaremos a subsidiar os vendedores, pagando mais da metade do valor cobrado pelos Correios para que seja oferecido o frete grátis. E é dessa forma que vamos tentar amenizar o impacto sobre nossa comunidade de vendedores e compradores. Acaba reduzindo a nossa margem.”
Em comunicado publicado na internet, a empresa afirma que o aumento do frete dos Correios afetará o bolso de todos os compradores. “Quanto maior o frete, maior o custo.”
No Facebook, a campanha do Mercado Livre contra o aumento do frete teve mais de 11 mil compartilhamentos e 7.000 reações. Nos comentários, muitos internautas criticam o funcionamento dos Correios, mas também sugerem que o Mercado Livre utilize outro serviço de entrega, como transportadoras ou empresas de ônibus.
“É inadmissível que um dos maiores marketplaces do Brasil ainda tenha ligação com os Correios. A incompetência desse serviço acaba refletindo no Mercado Livre e afastando muitos compradores. A empresa já tem porte suficiente para dar um passo e tentar contratos maiores com empresas de courier decentes”, diz um dos usuários.
Soares diz que o Mercado Livre já oferece serviços de entrega alternativos ao prestado pelos Correios. Um deles, lançado no fim de 2017, permite que o vendedor guarde seus produtos em um depósito do Mercado Livre, que faz a distribuição quando a venda for realizada.
Segundo ele, os Correios ainda são o principal parceiro de entrega do Mercado Livre, pois são os únicos presentes em todos os municípios do país.
Procurado pela reportagem, os Correios ainda não se manifestaram.
Com informações Veja