A jovem de Chapecó, no Oeste catarinense, que foi encontrada após passar mais de um mês desaparecida, estava na companhia de um homem de 35 anos. Ambos foram vistos juntos, inclusive de mãos dadas, semanas antes do desaparecimento dela, conforme relataram testemunhas.
De acordo com a delegada Lisiane Junges, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Chapecó, as investigações envolvendo a menor, de 17 anos, começaram antes mesmo do desaparecimento, quando um familiar procurou a polícia no dia 15 de maio para apontar suspeitas da causa da morte de Vilson Maestri, pai da adolescente, que teria falecido de um suposto infarto.
A partir do depoimento, a Polícia Civil iniciou investigações para esclarecer as circunstâncias do caso, se Vilson morreu de forma natural ou violenta. O corpo chegou a ser exumado e a investigação está adiantada, porém, não concluída, segundo Junges.
Durante as investigações, as diligências se direcionaram para a adolescente. Nesse período, a polícia também teve conhecimento de que ela estava se relacionando com um homem de 35 anos, natural de Porto Alegre (RS), que conheceu através das redes sociais. Conforme apurado, ele teria morado em vários outros estados e se envolvido em situações semelhantes com outras meninas.
Seis dias depois do registro do início das investigações sobre a morte de Vilson, a adolescente e o suposto namorado deixaram a cidade de Chapecó. Conforme a delegada, o homem saiu no dia 20 de maio e a adolescente deixou o município no dia seguinte.
Fuga do casal
De acordo com a delegada, o casal passou por algumas cidades gaúchas como Erechim, Santa Maria e Santana no Livramento. No dia 8 de junho, as autoridades tomaram conhecimento de que ambos teriam ingressado no Uruguai.
Com auxílio da Interpol brasileira e uruguaia, a Polícia Civil passou a acompanhá-los desde a cidade de Rivera até Tacuarembó, onde estavam escondidos. Nos últimos dias eles retornaram para Santana do Livramento (RS).
Nesta segunda-feira, dia 3, a Brigada Militar da cidade, juntamente com as Polícias Civil e Federal, localizaram Raissa e cumpriram o mandado de prisão preventiva contra o homem. Os dois haviam mudado a aparência do cabelo, de ruivo para preto, dificultando ainda mais a identificação.
Ainda segundo Junges, a adolescente está bem de saúde, recebeu atendimento médico e se encontra aos cuidados do Conselho Tutelar. Agora, será feita a transferência da menina e do suspeito até Chapecó, para dar continuidade as investigações que ainda não terminaram.
Conforme a delegada, os crimes que são atribuídos ao homem envolvido são do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “produzir, comercializar e divulgar material sexual infanto juvenil”.
“A Raissa, da mesma forma, figura como vítima desse autor, e também figura como investigada, pois, da mesma forma, compartilhava material desta natureza e vai ser investigada também”, afirmou Lisiane Junges.
Adolescente estava sozinha
“Não tinha móveis e as coisas, entre elas colchões, estavam no chão. O local era sujo e insalubre”, relatou o comandante da Brigada Militar de Santana do Livramento, major Anibal Menezes da Silveira, ao descrever o local onde a adolescente foi localizada.
As circunstâncias que levaram os dois a deixarem a cidade de Chapecó ainda serão apuradas pela polícia, que tem um prazo de 10 dias para concluir as investigações.
Com informações Oeste Mais