Massacre!
O resultado das eleições em Caçador mostrou algo que nunca na história havia se desenhado: Um massacre. No sentido mais literal da palavra. No poder há pouco mais de 5 anos, o PMDB não convenceu.
Aliás, as duas administrações, começando com Imar Rocha e, agora, encerrando com Beto Comazzetto, executaram apenas os projetos do próprio algoz, Saulo Sperotto. Não teve novidades.
Imar fez pontes, projetadas por Saulo. Beto fez as casas, algumas creches, a UPA, o CEU. A maior parte disso era projeto do Governo de Saulo Sperotto.
E aí é que tá: Beto não conseguiu o carisma da população. Em qualquer lugar que fosse, até onde ele fez obras, como o bairro Martello, as pessoas não aprovavam a sua gestão. Beto amargava, na última semana de campanha, uma rejeição de quase 50%. Esses números foram, certamente, reflexo da gestão do atual prefeito.
Não foram feitos novos projetos e pouco se buscou recursos. Beto se cercou de meia dúzia de pessoas, incompetentes, e foi enclausurado em uma “bolha”, onde tudo era bonito, tudo era perfeito e esqueceu de ouvir as pessoas. Esqueceu, inclusive, que são as pessoas que votam.
Pior: Beto tirou poder de algumas pessoas que sempre estiveram ao seu lado e delegou a outras, que seriam as salvadoras da “pátria”. Errou. E perdeu.
A resposta veio com o massacre nas urnas. Parafraseando o homem que, se abrir as duas mãos, pede voto para o PSDB “Nunca na história” de Caçador se viu algo igual. Nem em 2004, quando o mesmo Saulo derrotou o PMDB, que tinha como candidato, Carlão. Na época, os pé-vermelhos ficaram em 3º. Assis Pereira, que disputou novamente as eleições neste ano, foi o segundo nos idos tempos.
Esse massacre também não foi registrado em 2008, quando o candidato foi Cobalchini e perdeu por pouco mais de 1900 votos para o mesmo Saulo.
Massacre! 1
Não custa perguntar né: Quem derrota o PMDB por três vezes seguidas pode pedir música no Fantástico?
Massacre! 2
2016 foi diferente. Foi o povo, as pessoas que votam, que disseram não ao estilo do PMDB de governar. Não foi o Rafael Seidel, não foi o Notícia Hoje. Foram mais de 64% dos moradores de Caçador. A diferença de mais de 16 mil votos de Saulo para Beto demonstra tamanha indignação e prova mais uma vez que o atual governo não cuidou das pessoas. Só Beto estava acreditando nisso. Como?! Se ele não cuidou nem dos fiéis escudeiros…
Massacre! 3
As agressões, do começo ao fim da campanha, também mostraram o desespero do Beto e do PMDB. O tal muro foi citado milhares de vezes, na tentativa banal de desconstruir o adversário. As mentiras, de que Saulo não seria candidato, de que Assis Pereira estava impugnado por causa do Barcaro, só pioravam a situação do atual prefeito ante as pessoas, aquelas, é aquelas que votam.
Poucos ainda querem a desconstrução do adversário nas eleições. A maioria quer propostas. Quer saber o que o seu escolhido vai fazer, não o que o outro é. Beto fez a mesma coisa que o tornou vencedor em 2012: falou mal do adversário.
Gastou uma grana legal com uma agência de publicidade (duas, na verdade) para que o testa de ferro fizesse páginas fakes no Facebook para denegrir o adversário. Foi pego pela Justiça. O que mais deixa indignado é que foi o dinheiro do povo que foi usado para práticas mesquinhas como essa. Foi o teu, o meu dinheiro, que deveria ser investido aqui, em Caçador. Mas, não. Diziam que o pessoal da mídia de Caçador é amador e não tem a capacidade de uma agência de publicidade de fora.
E não foi um ou dois que disse isso. Até os “salvadores da pátria” espalhavam por aí que o “juquedo” de Caçador não tem competência suficiente.
Subestimaram os portais de notícias, o Facebook, o WhatsApp. Fizeram jingles compridos e chatos para falar do muro (de novo) e que ninguém entendia nada.
Do outro lado, eram massacrados por pessoas comuns, que criavam memes e vídeos extremamente engraçados. Não saia da coordenação de campanha do Saulo. Eram as pessoas, aquelas que têm voto, que inventavam as coisas e provavam que o massacre estava apenas por vir. E veio.
Massacre! 4
Por sinal, uma das características para derrubar Saulo foi a tentativa do tapetão. Vários integrantes do PMDB afirmavam com toda segurança do mundo: “Saulo não será candidato! Não contavam com um monstro do Direito ao lado de Saulo: o advogado Claudio Fávero Junior. Tentaram primeiro aqui em Caçador impugnar Saulo e foram derrotados. Não contentes, tentaram novamente em Florianópolis. Espalharam a fofoca através de bocas-de-aluguel afirmando que no dia 28 de setembro Saulo seria cassado.
Erraram. Saulo venceu por 7 a 0 e saiu fortalecido. Ali, o PMDB e Beto terminaram de se enterrar.
Massacre! 5
Mais uma vez eu digo: foi o povo que não aceitou o jeito PMDB de governar. As pessoas, aquelas que votam. Foram os 24.504 eleitores que optaram por Saulo Sperotto e rejeitaram Beto Comazzetto!
E o Cobalchini?
Além de Beto e do PMDB, o maior derrotado nestas eleições foi Valdir Vital Cobalchini. Ao lado do prefeito, o deputado tentou reverter a situação. Fez caminhadas, visitas, palestras, foi aos bairros, sujou o sapato. Não adiantou.
Pode ser esse um prenúncio de uma queda expressiva na votação de Cobalchini em Caçador daqui dois anos?
Vereadores
O reflexo da administração de Beto pegou diretamente nos vereadores do PMDB que estavam no poder. Glaci Pereira e Flavinho foram os mais prejudicados. Estiveram juntos com o prefeito quando foi lançado o mega programa de pavimentações, através do sistema caução. Se comprometeram em dezenas de ruas em cobrar do prefeito. Uma festa.
Não esperavam que, “numa bela manhã de sol”, de um 26 de dezembro, a grana desaparecesse das contas e o asfalto não fosse executado. Só que essa foi uma das “peleias” que eles bancaram para Beto.
A outra e mais gritante foi do aumento da planta de valores dos imóveis, que acabou se tornando o “aumento do IPTU”. Beto não teve a capacidade de ir para a mídia explicar o que era, justificar o aumento.
Ficou no gabinete e mandou o projeto para a Câmara, que acabou aprovado com 9 votos. Glaci e Flavinho votaram favoráveis e pagaram o preço nas urnas.
E, foram ainda estes dois vereadores que tentaram, até o último momento, defender Beto. Brigavam nas redes sociais. Tentavam justificar até o que não tinha justificativa para proteger o prefeito. Pagaram com o mandato.
Outro que acabou pagando com o mandato foi o vereador Valmor de Paula. Defendeu Beto por 3 anos e meio até se tornar presidente da Câmara. Foi o líder mais atuante nos últimos tempos. Comprou brigas e, assim como Flavinho e Glaci, justificou o injustificável por várias vezes. E foi chutado pelo PMDB. Rejeitado na convenção. Se tivesse coligado, estava eleito. Também pagou o preço, com o mandato.
Transição
Nesta segunda-feira, 3, no final da tarde, o prefeito Beto Comazzetto usou as redes sociais para agradecer os votos que recebeu, desabafar e para garantir que vai fazer uma transição administrativa com Saulo e Alencar. É o mínimo que se espera de uma pessoa que esteve na disputa eleitoral e que afirmou que se preocupa com as pessoas.
Apaixonados
Recebi inúmeras críticas, algumas bastante agressivas, a respeito das publicações que fiz. Fui agredido, inclusive, na minha página PESSOAL no Facebook, por pessoas mesquinhas e apaixonadas por um partido ou, na maioria dos casos, agarrados às “tetas” da Prefeitura.
Na verdade, fizemos JORNALISMO. Publicamos o que tinha que ser publicado. Desmentimos o que tinha que ser desmentido.
A única coisa que mais pesou é ter lido, na Folha da Cidade, que somos mentirosos e agimos por motivação eleitoral, em uma resposta dada pela “aCeÇoria” de Imprensa da campanha e da Prefeitura para a matéria sobre a denúncia do Ministério Público contra Beto, por desvio de mais de 160 mil nas obras do Dotti.
Posso dizer apenas uma coisa: apenas noticiamos um fato e, nos próximos dias, noticiaremos o nome de TODOS os envolvidos.