A Polícia Civil concluiu que Viviane Leonarda dos Santos, indiciada por homicídio qualificado, envenenou os dois filhos com chumbinho como vingança contra o ex-marido, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ela ainda teria tentado intoxicar o pai das crianças com café contaminado.
Isadora, de 18 anos, e Moisés, de 12 anos, morreram com uma semana de diferença, em 24 de novembro e 3 de dezembro de 2024. A polícia suspeita que o veneno tenha sido colocado no jantar, visto que eles passaram mal meia hora após comer na casa da família, no bairro Jardim dos Comerciários.
Viviane Leonarda dos Santos Oliveira, de 40 anos, foi presa em flagrante no dia da morte da filha mais velha. Os investigadores estranharam a postura da mãe no depoimento, que não procurou saber quem teria envenenado os filhos e disse que “estava tudo nas mãos de Deus”.
Além disso, a polícia encontrou no celular da suspeita 130 pesquisas sobre chumbinho, veneno utilizado para matar roedores. Ela também teria tentado ocultar as provas do crime em casa.
Suspeita de matar filhos com chumbinho tentou envenenar ex-marido
A Polícia Civil indiciou a mãe por homicídio triplamente qualificado da filha e quadruplamente qualificado do filho. O inquérito constatou que a motivação do envenenamento por chumbinho foi uma vingança contra o ex-companheiro.
“O marido lembrou que, em outubro, eles estavam no sítio da família e teria tomado um café servido por ela. Depois de tomar esse café, ele começou a passar mal, com diarreia e vômito. Então, levantou-se a suspeita de que ele também teria sido envenenado”, revelou Humberto Júnior, delegado responsável pelo caso.
Na ocasião, o homem não desconfiou de Viviane e não procurou atendimento médico, acreditando que o café estaria estragado. Ele contou à polícia que o casal vivia uma crise conjugal há anos.
O ex-marido ainda mostrou mensagens que recebeu da mulher, em que ela relata dificuldades financeiras e afirma que a morte dos filhos iria acabar com tudo.
“Dá a entender tratar-se de um relacionamento conturbado, inclusive ela possui medida protetiva, e que, insatisfeita com o término, queria vingança”, declarou Alessandra Wilke, chefe do DHPP (Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Minas Gerais.
A mãe de Viviane informou que a filha tem histórico de problemas psicológicos e alterações repentinas de humor, mas nunca havia demonstrado sinais de que poderia matar alguém. O Ministério Público analisa o inquérito.
