A Justiça da Comarca de Capinzal determinou a internação do adolescente de 16 anos que confessou ter matado a estudante Carolina Matos, 18 anos, na comunidade de Vidal Ramos, interior de Capinzal.
De acordo com o promotor Elias Albino Medeiros Sobrinho, que orientou a instrução processual, o prazo de internação ficou conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) entre seis meses até três anos. Por motivo de segurança não foi informado o estabelecimento em que o adolescente cumprirá medida socioeducativa.
“Por questões de segurança não vou divulgar o local em que ele está internado, até porque tentaram no dia (em que o corpo foi encontrado e o adolescente apreendido) linchá-lo e tudo mais, então, por isso”, resume.
Segundo o delegado regional de Joaçaba, Daniel Régis, que comandou as investigações, o ECA prevê o prazo de 45 dias para toda a instrução processual até a sentença. “O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário em quatro dias”, destaca. Régis salienta que por parte da Polícia Civil foi a agilidade do procedimento foi uma oportunidade de oferecer à família um desfecho para a perda da filha e irmã. “Ele foi apontado como autor nos autos de apuração de ato infracional”, reitera.
Carolina Matos foi encontrada morta em um matagal na tarde do dia 25 de junho por moradores da localidade de Vidal Ramos, que acionaram a Polícia Militar. Ela era estudante de Fisioterapia e desapareceu na noite da sexta-feira (24), quando saiu de casa para ir à faculdade em Joaçaba. No dia 26 de junho a polícia encontrou o celular da vítima escondido em um buraco no teto da casa onde o adolescente morava com a família no interior de Capinzal.
Segundo o delegado Daniel Régis, o adolescente abordou a menina no local onde ela pegava ônibus para ir à faculdade. “Quando chegamos ao local, ele estava contido por policiais militares. Foi ele que mostrou onde o corpo estava. Em depoimento, ali mesmo, ele caiu em uma série de contradições. As pessoas que estavam lá tentaram linchá-lo, tivemos que retirá-lo o quanto antes”, conta Régis.
O suspeito, segundo o delegado, abordou a vítima com uma faca de cozinha. “Ele confessou a autoria do homicídio, ameaçou a menina e a levou até um matagal onde o corpo foi encontrado”. Carolina foi asfixiada e laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) descartou violência sexual no corpo da jovem. A motivação do crime não foi definida com precisão, diante da irredutibilidade e contradições do acusado. O adolescente chegou a ser apontado como suspeito de outro crime no mês de maio no Paraguai, mas até o momento nada de concreto foi apresentado pela polícia internacional.
Protesto
Prestes a completar um mês do crime, no dia 23 de julho moradores de Capinzal e Ouro fizeram uma manifestação de combate à violência contra a mulher. Vestidos de preto, alguns com faixas e cartazes, outros com maquiagem que imita ferimentos, mais de mil pessoas tomaram as ruas de Ouro e Capinzal. O movimento de combate à violência contra a mulher surgiu após a morte de Carolina de Matos.
Fonte: Atual FM