O adolescente que atirou na cabeça de próprio pai em Brusque, no Vale do Itajaí, teria provado o sangue do pai antes de fugir. A informação foi divulgada pelo delegado responsável pelo caso, Alex Bonfim Reis, após o jovem se apresentar a polícia nesta quarta-feira (26).
Segundo o delegado, a informação foi revelada por uma testemunha que presenciou os fatos. Ela teria contado que que o jovem não esboçou remorso e, após atirar no pai, se aproximou dele, colocou a mão no sangue que escorria e levou à boca para provar o gosto.
Sequência do crime
De acordo com Reis, as testemunhas ouvidas pela polícia relataram que as discussões por motivos banais eram recorrentes entre pai e filho e a discussão que levou ao crime começou na noite anterior, no dia 19 de maio.
O desentendimento seguiu na manhã seguinte, dia 20. No momento em que o pai foi ao banheiro, o jovem aproveitou para pegar a arma – um revólver calibre .32 que pertencia ao pai – e atirar contra ele.
O jovem fez apenas um disparo, que acertou a face do pai. Na sequência, após praticar o ato de provar o sangue, ameaçou as testemunhas que estavam na casa – que não foram identificadas pela polícia – e fez com que elas saíssem da residência. Depois disso, o jovem fugiu.
Pedido de apreensão
Ainda no dia do crime a polícia ouviu várias testemunhas e deu início à investigação. “Restou claro que o único suspeito era o adolescente infrator. Com base nessas informações preliminares e tendo em vista que o adolescente tinha sumido, a Polícia Civil representou por um mandado de busca e apreensão de adolescente. Todavia, não foi localizado e na tarde de hoje (quarta, 26) o advogado e a mãe do adolescente compareceram na Delegacia de Polícia para apresentá-lo e para que ele fosse inquirido e pudesse apresentar a sua versão”, diz Reis.
Em depoimento, o jovem confessou que atirou contra o pai porque ele era muito violento e agressivo. Segundo o delegado, ele “insinuou que teria agido em legítima defesa. A Polícia Civil não acredita nessa versão, considerando que o pai foi alvejado na cabeça enquanto estava no banheiro e, ademais, pelo fato de que o adolescente tinha outros familiares, a mãe dele morava em Brusque, ele poderia residir com a mãe ao invés de ficar com o pai”.
Reis ressalta que não há dúvidas sobre a autoria do crime, mas ainda existem algumas questões a ser esclarecidas e, por isso, a Polícia Civil ainda segue com o inquérito policial.
Com a apresentação do jovem na delegacia, o mandado de apreensão foi cumprido e ele está à disposição da Justiça, que deve definir onde ele vai cumprir a internação provisória. O jovem deve responder por tentativa de patricídio
O pai segue internado em estado gravíssimo no Hospital Azambuja, em Brusque. Todo a investigação é realizada pela DIC (Divisão de Investigação Criminal) e Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Brusque.
Com informações ND Mais