Um jovem de 20 anos foi preso em flagrante neste final de semana suspeito de matar a enteada, de apenas um ano de idade, em Joinville, no Norte catarinense. A criança teria sido encontrada desacordada na tarde de sexta-feira, dia 20, na piscina de uma casa vizinha a da família. Em depoimento à polícia, o padrasto alegou que a menina se afogou.
De acordo com o delegado Wanderson Alves Joana, da Delegacia de Homicídios (DH), a possibilidade de afogamento foi descartada após a polícia receber o laudo preliminar, emitido na manhã deste domingo, dia 22, pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). O documento final deve ser enviado à polícia em um prazo de dez dias.
“[O laudo] descartou afogamento e relatou compressão direta das vias aéreas [respiratórias], ou seja, alguém tapou as vias aéreas, mas não foi água, foi outra coisa. É uma asfixia, mas não por água. Compressão de vias aéreas não há outra hipótese se não for provocada por um terceiro. Com base nisso, e ouvindo algumas testemunhas, nós estamos convictos com a prática de feminicídio”, explicou.
Sete pessoas foram ouvidas pela polícia, entre elas, a mãe, o pai, a dona do imóvel onde ficava a piscina, pessoas que moravam próximas à casa e dois policiais que participaram do caso. Não há nenhum indício que aponte o envolvimento da mãe no crime, segundo o delegado.
O padrasto deve responder por feminicídio, pois tinha uma relação familiar com a vítima. O delegado solicitou a prisão preventiva do jovem, que continua detido em flagrante.
Investigação
A Polícia Civil foi acionada pelo posto de saúde para onde a menina foi levada desacordada. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado pela unidade, tentaram reanimar a criança, mas ela já estava morta.
A mãe teria deixado a menina com o padrasto para ir trabalhar. Inicialmente, de acordo com o delegado, havia a informação de que a criança teria sido encontrada na piscina, versão que gerou desconfiança dos policiais que estiveram no local. Entretanto, segundo Alves, a investigação apontou que o próprio padrasto teria simulado o afogamento.
“Ele a colocou na piscina, onde ela se molhou, e já saiu retirando e gritando que precisava de ajuda, que ela tinha morrido. Mas o que foi determinante [para descartar a hipótese de afogamento] foi o exame realizado pelo médico legista, que não constatou nenhum pingo de água nas vias aéreas”, afirmou Alves.
De acordo com o delegado, a mãe e o padrasto teriam recebido uma intimação judicial na última sexta-feira, dia 21, determinando que ela entregasse a criança para o pai em um prazo de 24 horas. Não há boletim de ocorrência de violência praticada pelo padrasto contra a criança, segundo o delegado.
Com informações G1 SC