Search
Close this search box.

José Maria Vigil e a teologia do Pluralismo Religioso III

Notícia Hoje

Notícia Hoje

As informações mais atualizadas de Santa Catarina, do Brasil e do Mundo!

Compartilhe

A partir de uma perspectiva abrangente da história humana, um diálogo entre religiões, ou melhor, ainda, uma teologia das religiões revela-se algo demasiado mesquinho.

O pluralismo integral não deveria entender-se apenas com relação às religiões, e sim como atitude pluralista diante das respostas à transcendência que a humanidade tem dado durante os milênios anteriores às religiões formais, e diante das respostas a serem dadas n futuro ulterior às religiões formais.

Uma atitude pluralista integral deve levar a um diálogo e a uma aceitação, não só das religiões axiais, como também das pré-axiais e do que se pode chamar de dêutero-axiais, buscas e respostas religiosas ou espirituais que os seres humanos têm formulado, estão dando hoje e, sem dúvida, elaborarão no futuro com toda criatividade.

As religiões já não se defrontam somente nos livros sagrados que atravessam as fronteiras – encontram-se na rua, nos meios de comunicação, nas escadas dos edifícios, nos casamentos, nas migrações, em toda parte.

Na sociedade atual, plural e inter-religiosa como nunca, “a religião autêntica implica necessariamente uma relação com as outras religiões, e para a pessoa concreta, ser religioso é ser inter-religioso”.

Na história humana, teoria e práxis não podem ser separadas. Os fatos não são cegos, nem a prática pode deixar de despertar elementos teóricos.

 Por um lado, toda idéia, toda teoria, mesmo as mais manifestamente idealistas, têm incidência prática por ação direta, por implicação ou por omissão. As idéias movem o mundo: colocam-no em marcha ou o detém, bloqueiam-no ou paralisam-no durante séculos, ou fazem-no mudar e o revolucionam.

A busca da verdade há de estar acima da própria pertença a uma tradição religiosa ou outra. Se o diálogo é verdadeiramente busca da verdade, o sujeito deve estar disposto a abraçá-la onde quer que a encontre, ainda que deva abandonar suas convicções anteriores, ou que sinta abalados os fundamentos de sua fé e necessite reconstruir todo o edifício de sua religião.

 

REFERÊNCIA

VIGIL, José Maria. Teologia do pluralismo religioso: para uma releitura pluralista do cristianismo. São Paulo: Paulus, 2006.

 

 

 

Receba notícias, diariamente.

Salve nosso número e mande um OK.

Ao entrar você está ciente e de acordo com todos os termos de uso e privacidade do WhatsApp