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JBS e outras sete empresas aparecem na ‘lista suja’ do trabalho escravo em SC

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Santa Catarina tem oito nomes na lista de empregadores que mantiveram 72 trabalhadores em condições análogas à escravidão, mas que não foi publicada pela mudança nas regras para divulgação, aprovada pelo Ministério do Trabalho no dia 16 de outubro. A última estava pronta em 6 de outubro e não foi usada, mas o Fantástico teve acesso e divulgou o teor do documento neste domingo (22).

Com relação à última lista divulgada pelo Ministério do Trabalho, publicada em 27 de julho de 2017, a única diferença em Santa Catarina está na inclusão da empresa JBS, com unidade em Vidal Ramos. Por nota, a empresa disse não estar ciente do caso e que não foi notificada a respeito.

O caso em questão envolve uma empresa prestadora de serviços, mas a auditora fiscal do trabalho Lilian Carlota Rezende explica que a JBS foi responsabilizada porque controla a rotina da terceirizada de apanha de aves.

“A JBS gerencia tudo. Eles que definem a rotina da apanha de aves. Eu fiz a vinculação porque a JBS determina carga e descarga, até mesmo o horário dos trabalhadores. As jornadas se tornam excessivas”, diz Lilian.

Da lista de empregadores, quatro ficam no Oeste, duas no Sul, uma em cidade do Vale do Itajaí e uma na Serra. Além da JBS, o G1 conseguiu contato com a Ervateiro Cavalo Branco.

Veja a lista de empresas relacionadas:

  • Airton Luiz Cobalchini – Viveiro de Mudas e Serraria – Campo Erê – um trabalhador envolvido em 3/12/2014.
  • Ervateiro Cavalo Branco Ltda. – Extração de Erva Mate – Pinhalzinho – cinco trabalhadores em 13/02/2015
  • Guilherme Martins Proença – Fazenda de Solon Alves – Painel – 11 trabalhadores em 25/07/2016
  • JBS Aves LTDA – Apanha de aves – Vidal Ramos – nove trabalhadores em 29/06/2015
  • Joel Marcio Hames – Área de cultivo – Imbuia – 22 trabalhadores em 25/072016
  • Maison May – Lavoura de cebolas – Vidal Ramos – cinco trabalhadores em 3/08/2015
  • Ronaldo Dalmolin Martinello – Área de cultivo de batata – Criciúma – 14 trabalhadores em 7/10/2015
  • Vanderlei Mauer – Área de cultivo de tabaco – Grão Pará – cinco em 14/08/2015

Fiscalização na JBS

Nove trabalhadores, entre eles duas mulheres, foram resgatados na fiscalização, ocorrida entre 24 de fevereiro e março de 2015.

Foi constatado que os trabalhadores foram vítimas de aliciamento, não tiveram a formalização de emprego a partir da origem, tiveram as carteiras de trabalho retidas, tinham turnos de trabalho de 12 horas ou mais por dia e viviam num alojamento em situação considerada degradante.

Conforme o relatório de fiscalização do Ministério do Trabalho, ao qual o G1 teve acesso, os trabalhadores foram aliciados em Santa Izabel do Oeste, no Paraná, e levados até Forquilhinha. O alojamento para onde foram encaminhados era precário, conforme os responsáveis pela fiscalização.

“A situação física encontrada no local não pode ser descrita em palavras, ou mesmo nas fotos que se seguirão, porque no local havia muitas moscas e mau cheiro, mas ficou claro mesmo que os colchões (podres em sua maioria) não foram fornecidos nem pelo empregador nem pelo aliciador”, diz um trecho do relatório de fiscalização.

O local foi descrito como uma “construção deteriorada pelo não uso e a não conservação, com portas quebradas, paredes quebradas, muito pó, e toda sorte de irregularidades da construção civil”.

O relatório também diz que a JBS deixou de cumprir com as condições adequadas do meio ambiente de trabalho e não adotou medidas de proteção e prevenção de doenças e acidentes de trabalho.

Outro lado

Confira abaixo a íntegra da nota enviada pela JBS:

A JBS Aves desconhece sua inclusão na lista de empregadores que tenham submetido trabalhadores à condições análogas à escravidão, não tendo sido notificada até o presente momento pelo Ministério do Trabalho sobre qualquer decisão nesse sentido. A Companhia e todas as suas marcas não compactuam com esse tipo de prática e possuem rígidos controles na contratação de prestadores de serviços e fornecedores.

A empresa também reafirma seu compromisso com o fortalecimento das ações contra o trabalho escravo no Brasil e reforça que é signatária, desde 2007, do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e foi a primeira indústria de alimentos a se tornar membro do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO) desde 2014”.

Com informações de G1

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