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Israel bombardeia Gaza e guerra passa de 6.000 mortos

Jonathan Ribeiro

Jonathan Ribeiro

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Gaza

Antes de incursão por terra, Rafah teria sido um dos alvos dos ataques da madrugada deste domingo em Gaza

Israel bombardeou a Faixa de Gaza em larga escala na madrugada deste domingo (22), depois de anunciar que intensificaria os ataques antes de uma incursão por terra, duas semanas após o início da guerra desencadeada por uma ofensiva sem precedentes do grupo terrorista Hamas em seu território.

Com isso, o número de mortos subiu para 6.051, no balanço mais recente da guerra no Oriente Médio.

O governo dos Estados Unidos anunciou que reforçará seu dispositivo militar na região para evitar um conflito generalizado.

Segundo o Hamas, grupo terrorista que governa a Faixa de Gaza, pelo menos 80 pessoas morreram no enclave na madrugada de sábado para domingo.

A cidade de Rafah, próxima da fronteira com o Egito no sul, foi um dos alvos dos bombardeios, que também atingiram Gaza, de acordo com os correspondentes da AFP.

“A partir de hoje, intensificaremos nossos ataques à Faixa de Gaza, com o objetivo de reduzir os riscos para nossas forças nas próximas etapas do conflito”, afirmou no sábado o porta-voz do Exército israelense, o general Daniel Hagari.

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel prometeu “aniquilar” o grupo terrorista.

“Vamos entrar em Gaza, vamos cumprir um objetivo operacional, destruir a infraestrutura e os terroristas do Hamas, e vamos fazer isso com profissionalismo”, declarou, também no sábado, o comandante do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi.

As autoridades de Israel informaram que mais de 1.400 pessoas morreram no país no ataque de 7 de outubro, a maioria civis que foram baleados, queimados vivos ou mutilados pelos combatentes do Hamas.

Dentro da Faixa de Gaza, pelo menos 4.385 palestinos, a maioria civis, morreram nos bombardeios israelenses de represália das últimas duas semanas, segundo o ministério da Saúde controlado pelos terroristas do Hamas.

O Exército de Israel concentrou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras do território estreito, onde vivem 2,4 milhões de palestinos.

Uma operação terrestre no enclave superpopuloso, repleto de armadilhas e túneis e contra terroristas do Hamas habituados com a batalha, que mantêm mais de 200 reféns israelenses e estrangeiros, será sem dúvida perigosa.

“Gaza é complexa, densamente povoada, o inimigo está preparando muitas coisas, mas nós também estamos nos preparando para eles”, alertou o general Halevi. “E teremos em mente as fotografias e as imagens, assim como os mortos de duas semanas atrás”, acrescentou.

Família dizimada

A seis quilômetros da fronteira com Gaza, o kibutz de Be’eri, onde terroristas do Hamas massacraram pelo menos cem pessoas, se prepara para mais funerais.

“Não tenho certeza se algum de nós consegue assimilar e compreender o que aconteceu”, declarou Romy Gold, ex-paraquedista de 70 anos, que se prepara para acompanhar os funerais de cinco integrantes da mesma família.

“Precisamos de garantias de que não voltará a acontecer. E esta não é a sensação que temos”, acrescentou.

O Exército israelense matou quase 1.500 combatentes do Hamas na contraofensiva para recuperar o controle das áreas atacadas no sul do país.

Em 15 de outubro, Israel pediu aos civis do norte da Faixa de Gaza que seguissem para o sul para procurar abrigo contra os bombardeios.

Situação ‘catastrófica’ em Gaza

Os bombardeios também prosseguem no sul de Gaza. Os terroristas do Hamas informaram que nove pessoas morreram em um ataque em Khan Younis no sábado à noite.

Segundo a ONU, pelo menos 1,4 milhão de palestinos foram deslocados desde o início do conflito e a situação humanitária no território é “catastrófica”.

Em reação ao ataque do grupo terroristas Hamas no início do mês, a Faixa de Gaza é alvo de um “cerco total” desde 9 de outubro, sem o fornecimento de água, alimentos e energia elétrica.

No sábado, um primeiro comboio com ajuda humanitária entrou no território palestino pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito. A passagem, a única que não é controlada por Israel, voltou a ser fechada após a entrada de 20 caminhões.

A ONU calcula que seriam necessários pelo menos cem caminhões diários para atender as necessidades de todos os habitantes de Gaza.

Reforço dos EUA

As hostilidades também alcançaram a fronteira entre o norte de Israel e o sul do Líbano, com ataques recorrentes entre o Exército israelense e o grupo terrorista Hezbollah, pró-Irã e aliado do Hamas.

O Hezbollah “arrasta o Líbano para uma guerra da qual não obterá nenhum benefício, mas na qual se arrisca a perder muito”, advertiu o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus.

Diante da “escalada do Irã e de suas forças próximas”, o governo dos Estados Unidos anunciou a ativação de vários sistemas de defesa antimísseis “em toda a região” e a mobilização prévia de recursos militares adicionais.

Israel ordenou a evacuação de dezenas de comunidades no norte de seu território. No Líbano, milhares de pessoas também fugiram das áreas de fronteira na cidade de Tiro.

Desde 7 de outubro, 90 pessoas morreram na Cisjordânia ocupada em ataques do Exército ou de colonos israelenses, segundo o ministério palestino da Saúde.

O Forças de Defesa de Israel anunciaram neste domingo que mataram “agentes terroristas” dos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica que planejavam atentados, em um ataque aéreo contra uma mesquita na cidade de Jenin, na Cisjordânia.

O Crescente Vermelho em Jenin informou que uma pessoa morreu e três ficaram feridas no ataque. O ministério palestino da Saúde anunciou que dois homens morreram no ataque.

Em outros setores da Cisjordânia, um palestino morreu em uma incursão militar em Nablus e outro faleceu em Tubas.

Além disso, bombardeios israelenses deixaram os dois principais aeroportos da Síria, em Damasco e Aleppo, fora de serviço, informou a imprensa estatal.

*com informações da AFP

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