O Irã anunciou neste sábado (11) que seus militares derrubaram sem intenção o avião ucraniano que caiu na quarta-feira (08) perto de Teerã. Na tragédia morreram 176 pessoas. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, chamou o desastre de “erro imperdoável”.
Militares informaram que o avião voava perto de um local sensível e foi derrubado devido a um erro humano. O comunicado lido na TV estatal diz que as partes responsáveis serão punidas.
Logo depois, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, escreveu em uma rede social que uma investigação interna das Forças Armadas concluiu que a aeronave foi abatida por mísseis. Segundo o líder do Irã, as apurações sobre “essa grande tragédia e erro imperdoável” continuam.
O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, manifestou seus “profundos sentimentos” às famílias das vítimas e pediu para que as forças armadas “busquem os erros prováveis e a culpa no incidente doloroso”.
Rouhani também declarou que seu país “lamenta profundamente”. As Forças Armadas iranianas prestaram condolências a todas os parentes das vítimas. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Zarif, também disse lamentar profundamente e pediu desculpas às famílias e aos mortos.
“É um dia triste”, escreveu Zarif, o ministro de Relações Exteriores, em uma rede social, citando um “erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo dos americanos. Nosso profundo arrependimento, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e às outras nações afetadas”.
Amir Ali Hajizadeh, o comandante das forças aeroespaciais, afirmou que a Guarda Revolucionária aceita a responsabilidade plena pelo incidente.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobrou um pedido oficial de desculpas de Teerã e pediu que as investigações sobre o desastre continuem.
Caixa-preta
Na sexta-feira (10), o Irã apresentou a caixa-preta da aeronave e prometeu anunciar a causa da queda do Boeing neste sábado. Em uma entrevista coletiva em Teerã, o presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO), Ali Abedzadeh, tinha negado que o avião foi derrubado.
“Uma coisa é certa, este avião não foi atingido por um míssil”, disse. Entretanto, Abedzadeh afirmou que as informações das caixas-pretas eram cruciais para a investigação. “Qualquer declaração antes da extração dos dados é uma opinião de especialistas”.
Autoridades dos Estados Unidos entregaram ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski “dados importantes sobre a catástrofe”, segundo anunciou Kiev.
“Junto com o presidente Zelenski nos reunimos com autoridades americanas e recebemos informações que serão tratadas por nossos especialistas”, disse no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Vadym Prystaiko.
Cerca de 50 especialistas ucranianos chegaram a Teerã na quinta-feira para participar da investigação e da análise das caixas-pretas. Uma equipe canadense de dez pessoas está “a caminho” para tratar de questões relacionadas às vítimas.
A agência canadense de segurança nos transportes aceitou um convite da autoridade de aviação civil iraniana para participar da investigação.
Apenas alguns países do mundo, incluindo Estados Unidos, Alemanha e França, têm a capacidade de analisar caixas-pretas.
Com informações G1