Maria de Lourdes Santos de Freitas, de 82 anos, que foi encontrada morta em sua casa em São Francisco do Sul, no Litoral Norte catarinense, já havia enfrentado tragédias pessoais ao perder os dois filhos assassinatos, segundo a família. A idosa foi encontrada morta nessa quinta-feira (19) com uma saia amarrada na cabeça e uma tesoura cravada no pescoço. A polícia investiga o caso como homicídio, mas não descarta a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
“Um dos filhos era policial investigativo, morto em uma emboscada, e o outro foi encontrado morto, mas não sabemos o motivo”, relembrou uma familiar em entrevista à NDTV Record, que preferiu não ser identificada. Além da dor pela perda dos filhos, Maria, conhecida como irmã Lurdinha na comunidade por frequentar a igreja, e como “tia dos gatos” pelos muitos felinos que cuidava, agora se tornou vítima de uma nova tragédia.
Quem era a idosa morta em casa?
A idosa, aposentada da área de enfermagem, morava sozinha, mas era frequentemente visitada por familiares. Por volta das 13h dessa quinta-feira, uma parente foi até sua casa e estranhou o portão aberto — algo incomum, já que Maria sempre mantinha o portão sempre fechado. Ao bater na porta, a familiar encontrou a idosa caída no chão da cozinha, fria, com a saia amarrada na cabeça e a tesoura cravada no pescoço. Desesperada, a familiar acionou a polícia.
“Ela era muito cautelosa. Jamais abria a porta para desconhecidos. Tinha joias, dinheiro e coisas guardadas. Ela ficou muito tempo em São Paulo. Viveu um momento de glamour, teve muito dinheiro uma época. Tinha as coisinhas dela, mas era algo sigiloso. Ela nunca nos mostrava, só comentava. Nem víamos”, comentou uma familiar.
A polícia não encontrou sinais de arrombamento, o que sugere que o autor do crime pode ser alguém conhecido da vítima. “Ela nunca abria a porta para qualquer pessoa. Era muito independente e lúcida, então, quem fez isso provavelmente era alguém próximo, pois não tinha sinal de arrombamento”, comentou a familiar.
Investigação
De acordo com o delegado Fabio Estuqui, a investigação segue como homicídio devido às marcas de violência encontradas na cena do crime. “Estamos verificando se algo foi roubado, pois a casa estava revirada. Estamos levantando informações sobre os bens de Maria para entender a motivação do crime”, disse o delegado.
O delegado ainda afirma que a polícia tem diferentes hipóteses do por que a casa estava revirada. “Ou a pessoa entrou em luta corporal com essa senhora, por isso a casa estava revirada, ou essa pessoa estava procurando algo específico”, ponderou.
A polícia ainda analisa a possibilidade do autor do crime ter procurado apenas por dinheiro no local. Segundo a família, Maria não tinha inimizades com ninguém. “Ela conhecia todo mundo. Ela ajudava muito as pessoas”, comentou a familiar.
Próximos passos
A investigação seguirá pelos próximos dias ouvindo moradores da região e identificando familiares da vítima. Segundo o delegado responsável pelo caso, é necessário, primeiramente, entender quem é a vítima e sua rotina recentemente. “Se estava sendo ameaçada, se tinha problemas com vizinhos ou parentes. Isso é um estudo que a gente faz para identificar pessoas suspeitas”, explica.
A Polícia Científica também foi acionada para conduzir as investigações e realizar os levantamentos necessários no local. A causa da morte da idosa deverá ser identificada ainda nesta semana, o que ajudará nos próximos passos da apuração do caso.
Com informações ND Mais