O Hospital Maicé de Caçador está passando por grandes transformações, graças ao apoio de toda a comunidade. No entanto, ainda é bastante complicada a situação do único hospital da cidade, que recebe também pacientes de vários outros municípios da região. A demanda por atendimento aumenta a cada dia. De 2014 para 2015, o Hospital registrou um aumento de mais de 20% na quantidade de atendimentos realizados. Foram 34.171 atendimentos realizados em 2014 e 41.497 em 2015. Sendo que deste total, mais de 80% corresponde a atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cujos repasses não são suficientes para cobrir o custo com procedimentos médicos, uso de equipamentos ou remédios.
O esforço em melhorar existe e se fortalece a cada dia, mas ainda não é suficiente. O Conselho Consultivo, órgão criado em 2013 na eminência de fechamento definitivo do Hospital de Caçador reúne empresários, instituições e lideranças com o objetivo de ajudar o hospital.
Vários projetos estão em andamento e as obras na estrutura inaugurada em 1979 seguem em diversas frentes, resultado de verbas públicas, doações de empresas, campanhas diversas.
A Direção do Hospital Maicé observa que este aumento nos atendimentos vem de uma série de situações, desde o aumento na expectativa de vida do brasileiro com o envelhecimento da população, aumento dramático na incidência de doenças crônicas, aumento da violência e do número de acidentes, resultado da urbanização e do maior número de veículos em circulação, entre outras. E junto com isso, vem também um aumento substancial nos custos gerados pelas complicações, muitas vezes evitáveis.
Uma das frentes defendidas pelo hospital Maicé e pelo Conselho Consultivo é a conscientização da população para procurar o hospital somente em casos de urgência e emergência.
Crise nacional
Segundo a Associação e Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de SC (AHESC-FEHOESC), trata-se de uma crise nacional. Pelo menos 83% dos 2,6 mil hospitais filantrópicos brasileiros operam no vermelho, acumulando uma dívida que ultrapassa R$ 17 bilhões. Para a entidade, a dívida é explicada pelo congelamento da tabela de repasses do SUS, sem alterações há 20 anos. Hoje para cada R$ 100 gastos em hospitais filantrópicos no país, o Ministério da Saúde repassa cerca de R$ 65.