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Governo Lula recua e isenção dos combustíveis deve durar entre 30 e 60 dias

Equipe de Lula havia pedido para governo Bolsonaro não prorrogar isenção de tributos federais sobre combustíveis, mas após repercussão negativa, novo governo recuou e deve propor fim escalonado da medida e não mais imediato

 

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A isenção dos impostos federais sobre os combustíveis deve ser prorrogada, pelo menos, por um período entre 30 e 60 dias através de uma medida provisória que será editada pelo presidente Lula logo depois de sua posse. O prazo é a tentativa para uma saída acordada entre a equipe econômica e o núcleo politico do entorno do petista.

 

Fontes disseram à CNN que a maior preocupação do entorno de Fernando Haddad é sobre a reação dos caminhoneiros, que mantém acesa uma ameaça de reação a um aumento do diesel.

 

A pressão para que o governo recuasse veio também do Congresso. Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou a aliados que o problema seria resolvido. Horas depois, circulou entre parlamentares a informação de que o governo Lula iria desistir da ideia de suspender a medida dos combustíveis a partir de 1* de janeiro.

 

A escolha pela renovação da desoneração já é considerada a primeira derrota política de Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, para Gleisi Hoffmann, presidente do PT. Apuração de Caio Junqueira revela que atrito entre o grupo comandado por Hoffman e a equipe de Haddad, que é contra a prorrogação das isenções, foi mal recebido pelos assessores econômicos do futuro ministro.

 

No debate interno entre Lula e seus aliados mais próximos, há pressão para que o novo governo prorrogue o benefício sem um prazo determinado. Segundo apuração da CNN, Haddad trabalha para convencer o presidente eleito que o melhor a fazer é encurtar a validade da desoneração para ganhar tempo até que o mapeamento da situação fiscal esteja mais avançado.

 

À CNN, neste sábado, o líder do governo Randolfe Rodrigues defendeu que a equipe de Lula avaliasse os custos políticos e sociais do assunto.

 

“Nós não podemos correr o risco, por circunstâncias de toda natureza, de tomar medida abrupta nesse sentido. Uma medida nesse sentido deve ser no mínimo escalonada, dialogada, não podemos de um momento para outro suspender a desoneração. Isso traria consequências políticas e, sobretudo, traria neste momento de debilitadas social traria também consequências sociais”, disse.

 

Cálculos feitos por economistas do mercado estimam uma alta de até R$ 0,89 por litro de gasolina e R$ 0,35 no caso do diesel.

 

A equipe econômica do novo governo considera que o equilíbrio fiscal ao longo do ano, com a volta de mais de R$ 52 bilhões em arrecadação pelo fim das isenções, seria mais importante agora. Pelo menos até que o novo arcabouço fiscal fosse apresentado e aprovado pelo Congresso Nacional.

 

Com informações CNN

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