Todo mundo sabe onde aperta o calo, certo? Nem tanto, pelo menos quando falamos de economia. Dados recentes do Serasa impressionam, negativamente.
O órgão que monitora a inadimplência de pessoas e empresas e repassa as informações para quem é conveniado, aponta que no mês de outubro, 61 milhões de brasileiros estavam com a “corda no pescoço”, ou seja, estavam inadimplentes.
O número é 4,45% maior que o de outubro do ano passado.
São mais de R$ 269 bilhões em dinheiro “voando”, em dívidas, numa média de quatro por CPF, totalizando R$ 4,4 mil por indivíduo.
Muito, não?
Natal mais sóbrio
Os economistas do Serasa apontam que o crescimento da inadimplência está relacionado com o Dia das Crianças, pois, por experiência, sabem que com as datas comemorativas as pessoas vão mais às compras.
Pois é, aí mora o perigo e é o foco da minha coluna hoje.
O Natal está aí. Tem o presente do filho, da filha, da esposa, do marido, da sogra. Até aquele cunhado que a gente não gosta muito recebe, se bobear.
Não estou aqui para tirar a alegria de ninguém, mas dizer que o espírito natalino é muito mais que a troca de presentes.
O amor e o afeto estão na frente.
E aí cada um deve saber o que seu bolso permite, para não sofrer depois.
Responsabilidade é a palavra chave.
Contradição?
Alguns podem estar pensando como eu, gestor de uma indústria centenária como Hemmer Alimentos, estou escrevendo estas palavras, ainda mais na véspera da data de maior movimento no comércio, com impacto direto em toda uma cadeia produtivo.
Claro que é importante alavancar as vendas, ainda mais depois de dois anos de recessão. A economia nacional precisa disto.
Mas com responsabilidade, sem gastar mais do que podemos pagar.
Dezembro é o mês que vem aquele reforço de caixa, com 13º e 1/3 de férias para muitos.
Aproveite. Primeiro limpe a área, pague o que tem pendente. Veja suas prioridades e gastos futuros.
E aí sim, análise o tamanho do seu presente.
O clima natalino é, especialmente, o de harmonia. Com os outros e com você próprio.
E isso passa também por ter as finanças equilibradas.
Vá as compras, mas sem fazer loucuras que comprometerão seu orçamento no futuro.