Fiocruz aponta para rejuvenescimento da pandemia no Brasil: ‘novas pressões’

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Dezessete Estados e o Distrito Federal estão com a ocupação de leitos de UTI para Covid-19 igual ou maior a 80%. As informações são do novo boletim da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado neste quarta-feira (26),.

A análise mostra que, na última semana epidemiológica (de 16 a 22 de maio), houve aumento das taxas de incidência de novos casos de Covid-19.

Diante desse quadro, especialistas alertam para o recrudescimento da pandemia nas próximas semanas. O número médio de óbitos por dia deverá se elevar para um patamar de 2.200.

Em 21 de maio, a fundação já havia analisado o perfil demográfico dos casos graves. Segundo a pesquisa, na semana epidemiológica 18 (2 a 8 de maio) de 2021, a mediana da idade de internações em UTIs do país esteve abaixo dos 60 anos pela primeira vez desde o início da pandemia.

“O ano de 2021 vem apresentando uma dinâmica da pandemia de maior aceleração da incidência e mortalidade. Além disso, os dados de internação vêm, a cada semana, identificando ainda outro fenômeno: o rejuvenescimento da pandemia”, afirma o boletim da semana.

Segundo a Fiocruz, “o rejuvenescimento, por um lado, pode ser uma expressão da eficácia da vacinação, ao notar uma retração na contribuição de idosos longevos nos casos e óbitos nas semanas mais recentes”.

No texto desta quarta, porém, a Fiocruz reforça a preocupação quanto às mudanças da pandemia, que se espalha entre pacientes que não são idosos. Associado à circulação de novas variantes do vírus no país, o fenômeno torna mais críticas às consequências entre grupos mais jovens.

O estudo conclui que a maior exposição desta faixa etária está associada a condições precárias de trabalho e transporte, além da retomada de atividades econômicas e de lazer. Medidas de afrouxamento das restrições têm sido tomadas em diversos Estados e municípios, que flexibilizaram restrições vigentes em março.

“Esse contexto vai gerar novas pressões sobre todo o sistema de saúde. O aumento no número de internações, demonstrado pelo novo aumento das taxas de ocupação dos leitos de UTI, é resultado desse novo quadro da pandemia no Brasil”, aponta o boletim.

Ocupação de leitos

Entre os dias 17 e 24 de maio de 2021, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde) aumentaram ou se mantiveram estáveis, em níveis elevados, em praticamente todo o Brasil.

Nove unidades da Federação têm taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%. São elas: Piauí (91%), Ceará (92%), Rio Grande do Norte (97%), Pernambuco (98%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (95%), Mato Grosso do Sul (99%) e Distrito Federal (96%).

Nove Estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 80% e 89%. São eles: Roraima (83%), Tocantins (86%), Alagoas (89%), Bahia (83%), Minas Gerais (80%), Rio de Janeiro (83%), São Paulo (80%), Mato Grosso (87%) e Goiás (84%). Apenas dois estão fora da zona de alerta: Acre (47%) e Amazonas (57%).

Os pesquisadores destacam que é premente a necessidade de intensificação de ações de vigilância em saúde e o reforço de estratégias de testagem de casos suspeitos e seus contatos (incluindo a vigilância genômica). Além disso, pedem controle de voos internacionais e manutenção de restrições a eventos de massa e atividades que promovam a interação e infecção de grupos suscetíveis.

Para evitar o agravamento da pandemia e novo colapso do sistema de saúde, o boletim pede que o governo federal “assuma um papel de liderança e responsabilidade no desenvolvimento de estratégias coerentes, destinadas à prevenção da transmissão da doença no país”. Isso incluiria a adoção de medidas como bloqueios e lockdown para reduzir a circulação do vírus e enfrentar o aumento do número de casos.

Com informações Estadão 

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