Cassação
A falta de respostas a requerimentos gerou um pedido de cassação do prefeito Beto Comazzetto. O problema vem se desenrolando há algum tempo e já gerava descontentamento por parte de vários vereadores.
Só que, nesta segunda-feira, 14, depois de ver vários requerimentos seus sem resposta e o prazo legal para isso esgotado, a vereadora Cleony Figur recorreu à última instância: pedir a cassação do prefeito, no art. 32, XVI da Lei Orgânica Municipal, e art. 4º do Decreto nº 201/1967.
Mas, quando parecia que tudo iria ser decidido no plenário, o chefe de Gabinete do prefeito Beto Comazzetto, Mario Cachinski, entrou no páreo para salvar a pátria (ou melhor, o prefeito mesmo).
Rapidamente, assumiu uma função que não seria sua e encaminhou as respostas para a vereadora antes mesmo de a sessão iniciar. Resultado: Cleony optou por retirar o requerimento que pedia a cassação de Beto e o requerimento não precisou ser votado.
“Faço isso porque não quero prejudicar a administração municipal e nem o prefeito. Mas chegou ao extremo e tive que tomar a atitude de fazer um requerimento pedindo a cassação para ver se pelo menos a partir de agora a Prefeitura começa a respeitar a Câmara”, disse Cleony.
O detalhe é que nem dá para a Prefeitura culpar a oposição pelo pedido de cassação. Neste caso, melhor culpar a “oposição” que está agindo dentro do prédio do Executivo e não os vereadores.
Cassação 1
Agora, uma coisa é certa: alguém foi incompetente o suficiente para deixar isso acontecer. Não sei quem é a pessoa responsável neste momento por responder aos requerimentos da Câmara, mas tenho certeza que o Mário não é mais. Aliás, nas palavras de alguns vereadores e de servidores da Câmara: “Na época do Mário isso não acontecia e as respostas eram rápidas”.
Mas, o fato é que Beto precisará tomar alguma atitude com relação a isso. Correr o risco de ter um mandato cassado por conta da incompetência de terceiros não pode ser a preocupação de um gestor municipal.
Cassação 2
Só que, uma coisa é certa: não é apenas nas respostas para a Câmara que ninguém sabe quem é responsável (ou, irresponsável). No rolo da tal agência de publicidade contratada pela Prefeitura, é a mesma coisa. Um joga para o outro e outro joga para o um. E, no final das contas, nenhum resolve nada.
Cassação 3
O pedido de cassação feito por Cleony trouxe ainda mais algumas lições: a base aliada na Câmara é extremamente fiel ao prefeito Beto. Isso ficou nítido nas manobras realizadas pouco antes do início da sessão desta segunda. O prefeito precisa, com urgência, repensar a sua relação com os vereadores, sob pena de acabar perdendo esse apoio.
Outra lição é definir as funções de forma clara dentro da Prefeitura. Uma pessoa precisa responder os requerimentos dos vereadores. E os vereadores precisam saber quem é essa pessoa. Hoje, nem eles sabem quem seria.
E, talvez a mais importante das lições: Beto está sendo blindado de forma ridícula e acaba não sabendo de muita coisa que acontece. Esse pedido de cassação foi o melhor exemplo. Não se deu a atenção devida a uma questão seríssima. Quase deu um problema maior. É urgente uma mudança nisso. Urgente!
Resposta grosseira
Também não sei o que é pior: não responder e correr o risco de ser cassado ou responder a requerimentos de forma grosseira. Assim aconteceu com uma resposta ao vereador Alencar Mendes (detalhe: é um vereador, eleito pelo povo e que tem a função de legislar) a um requerimento encaminhado para a Dittesc.
No texto, praticamente disseram a ele: “Não se meta porque sabemos o que estamos fazendo e você não”.
Claro que ele ficou indignado com a medíocre resposta…
Vamos falar de coisas boas…
Vou falar de coisas boas também. Parabéns a toda equipe da Secretaria de Assistência Social, que realizou o sonho de 94 casais neste domingo, no casamento comunitário. Há muitos anos não se via atitude parecida vinda da Prefeitura.
Neste setor, a Administração de Beto Comazzetto está acertando em cheio nos anseios da população. Resta copiar esta receita para algumas outras secretarias. Que tal?