O Hospital Maicé, de Caçador, possui atualmente 10 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19. Até o final de setembro, eram ao todo 20 leitos, sendo 10 provisórios por três meses, que foi prorrogado por mais 30 dias, encerrando o contrato de habilitação no final de setembro.
A irmã Elizabeth Lima, diretora do Maicé, durante o mês de agosto, o cenário era mais tranquilo e de otimismo e a taxa de ocupação estava consideravelmente baixa. Por conta disto, optaram por deixar a UTI São Rafael, com 10 leitos, para continuar os cuidados aos pacientes com Covid-19.
“No mês de outubro, até início de novembro, nossa taxa de ocupação na UTI São Rafael não passava de 50% de internação. A partir da semana passada, a situação passou a se agravar. Na segunda, estávamos com três pacientes e na quinta subiu para nove, a situação passou a se agravar, mas isso não é o caso apenas do Maicé, mas sim todos os hospitais da região”, disse a irmã.
Segundo a irmã, neste momento não tem possibilidades de voltar esses 10 leitos a mais. Ela explica que a falta de mão de obra é um dos agravantes. “O fator preponderante nesta decisão é mão de obra. Hoje para tocar 20 leitos e o hospital todo estamos com uma dificuldade imensa. Nossos funcionários estão cansados, assim como os médicos, com alto nível de exaustão e também pegam Covid-19, também sofrem de outras doenças e precisam se afastar. Como vamos vamos abrir mais 10 leitos de UTI, aonde vamos envolver no mínimo 27 pessoas. Pensando ainda que a UTI é uma mão de obra qualificada”, frisou ela.
Conforme a irmã, o índice de afastamento de funcionários é alto e como faltam pessoas, as outras acabam ficando sobrecarregadas, trabalhando a mais. “Eu tenho duas situações, uma é o afastamento por doenças e Covid-19. As pessoas aptas a trabalharem precisam fazer uma jornada de trabalho mais longa. Entretanto, de outro lado eu tenho o Ministério Público nos cobrando que o funcionário que faz plantão de 12h precisa de descanso de 36h e ele não pode trabalhar a mais e isso nos limita muito”, descreveu.
A irmã conclui ainda que no atual momento, a chance de aumentar os leitos de UTI para Covid-19 são muito pequenas, por várias razões, mas a principal é a falta de mão de obra.