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Estudo aponta infecção por Covid-19 em Florianópolis em 2019

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O Sars-Cov-2, também conhecido como novo coronavírus, responsável pela doença da Covid-19, já circulava em Florianópolis em 2019.

Um estudo coordenado por pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e da Universidade de Burgos, na Espanha, confirmou a detecção do vírus na rede de esgoto da Capital em novembro daquele ano.

A instituição espanhola informou na última terça-feira (8), que a pesquisa foi publicada pela revista Science of the Total Environment, jornal acadêmico internacional com alto fator de impacto.

Na prática, de acordo com Gislaine Fongaro, professora da UFSC e uma das responsáveis pelo estudo, isso significa que Florianópolis provavelmente já tinha infectados pela doença naquela época, bem antes das primeiras confirmações, em março de 2020.

Até o momento, esse é o registro mais antigo da presença do vírus no continente americano. Vale lembrar que o primeiro caso registrado de Covid-19 no mundo foi em Wuhan, na China, no dia 17 de novembro de 2019.

“Nosso grupo abriu caminhos para outros grupos pesquisarem eventos anteriores e isso tem sido muito importante. Esse artigo já possui mais de 100 citações”, diz Gislaine Fongaro.

Florianópolis já tinha infectados pela Covid-19?

Segundo a pesquisadora, tudo indica que o vírus tenha circulado na Capital por um tempo e até infectado algumas pessoas antes de ser descoberto.

“A circulação no esgoto afirma que sim, tivemos infectados ou assintomáticos ou não diagnosticados, pois nem sabíamos da existência do vírus ainda”, explica a professora do Departamento de Microbiologia da UFSC.

No entanto, a doença leva um tempo para começar a provocar surtos de contaminação, conforme descreve a pesquisadora.

Os resultados indicam que a carga viral permaneceu constante de novembro de 2019 até março de 2020. Porém, na sequência, sofreu um grande aumento que coincidiu com o aumento de casos oficiais em todo o Estado.

“O vírus não tem dia e hora para entrar em um território. Assim, o vírus vai circulando e, quando muitos indivíduos já estão contaminados, encontram-se grupos mais suscetíveis e assim se dá a história das enfermidades”, esclarece.

A dinâmica de dispersão do vírus na população ainda é estudada pelos pesquisadores, informa Gislaine Fongaro. Ainda não há confirmações de casos da época, ou uma projeção de quantas pessoas tiveram a doença ainda em 2019.

O estudo

Conduzido por 14 profissionais, o estudo foi realizado majoritariamente por pesquisadores da UFSC, em Florianópolis, e também por especialistas da divisão de Microbiologia da Universidade de Burgos.

Ele consiste na análise das águas residuais humanas da rede de esgoto da Capital, no período de outubro de 2019 a março de 2020. Diferentes sistemas de RT-qPCR detectaram o patógeno.

Os produtos de RT-qPCR foram sequenciados para confirmar a identidade com o Sars-Cov-2. Além disso, foi feito um estudo de sequenciação completo das amostras de água de esgoto.

O artigo foi publicado pela revista Science of the Total Environment após revisão de pares.

Além de Gislaine Fongaro, o estudo é assinado por outros 11 profissionais da UFSC, são eles: Patrícia Hermes Stoco, Doris Sobral Marques Souza, Edmundo Carlos Grisard, Maria Elisa Magri, Paula Rogovski, Marcos André Schörner, Fernando Hartmann Barazzetti, Ana Paula Christoff, Luiz Felipe Valter de Oliveira, Maria Luiza Bazzo e Glauber Wagner.

Da Universidade de Burgos, os especialistas David Rodriguez-Lázaro e Marta Hernández completam o artigo.

Com informações ND Mais 

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