“Ele passou as mãos nas minhas costas e foi descendo a mão”: o relato é de uma aluna de 13 anos que conta ter sido vítima de assédio por um professor em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Cerca de três meses depois, ela ainda não consegue voltar às aulas.
A estudante explica tudo aconteceu no fim de maio, em uma escola estadual de Pirabeiraba, na zona Norte da cidade. Segundo ela, é comum que os professores contem com a ajuda dos alunos para fazer a chamada, como ocorreu naquele dia com o professor que dá aulas de ensino religioso.
“Fui ajudar ele a fazer a chamada e, quando acabei, falei ‘acabou, professor’. Ele disse ‘tá bom, minha lindinha’, passou as mãos nas minhas costas e foi descendo a mão. Eu fiz uma cara de assustada e saí correndo”, lembra a adolescente.
Durante o recreio, amigos que presenciaram a cena orientaram a aluna sobre o assédio e disseram que ela deveria procurar a diretoria, o que ela fez em seguida. A mãe da aluna também foi chamada para a escola.
“Quando eu entrei na escola me levaram na diretoria e lá estava a minha filha aos prantos, que me contou o que estava acontecendo, que o professor tinha passado a mão nas partes dela”, diz a mãe.
Segundo a aluna, o professor já apresentava comportamentos estranhos antes. “Ele dava chocolate para mim e para as outras meninas também. Chamava as meninas de meu amor, minha lindinha, dava beijo. Uma vez encontrei ele no mercado e ele deu a entender que queria me dar uma carona porque perguntou onde eu morava”, conta.
A família reclama que a adolescente não recebeu acompanhamento psicológico e que não consegue voltar à escola por medo e vergonha. “Espero que seja resolvido porque não é só a minha filha que estuda lá, há outras meninas. Eu dei sequência, mas tem mães que não deram sequência, que às vezes nem sabem”, destaca a mãe.
O professor foi admitido em 2020 e está no terceiro ano de estágio probatório. Após a denúncia de assédio, ele continuou trabalhando normalmente no local, tendo faltado ao trabalho na terça-feira (2), depois que a mãe expôs o caso na internet, ganhando repercussão.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que tem conhecimento sobre a denúncia de assédio e que instaurou processo administrativo para apurar os fatos. Disse, ainda, que pediu o afastamento preventivo do professor para que a aluna possa retornar às atividades na unidade escolar com segurança.
O caso também é investigado pela Polícia Civil, por meio da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso), que não repassou informações porque a apuração segue em sigilo.
*Os nomes da aluna e da mãe não foram identificados para proteger a adolescente.
Com informações ND+